"Isto é muito grave", afirmou Adbu Mané, em declarações aos jornalistas à saída da sede das Nações Unidas, em Bissau, onde se encontra refugiado Orlando Viegas.
"Vou ter que falar com o senhor Presidente da Republica de transição como o mais alto magistrado da Nação e comandante em chefe das Forças Armadas. Em nome dos direitos humanos, é inadmissível, inaceitável e intolerável", afirmou Abdu Mané.
Visivelmente emocionado, o PGR afirmou que vai mandar abrir um inquérito para que se saiba quem são os mandantes e os autores do espancamento ao ministro que no governo de transição tutela a pasta dos Transportes e Comunicações.
"Enquanto Procurador-Geral da República estou muito, muito preocupado com o estado de saúde do ministro de Estado da Guiné-Bissau na situação em que o encontrei", disse Mané.
Questionado sobre quem serão os autores do ato, o PGR respondeu que isso só será descoberto com o inquérito rápido que vai mandar instaurar.
Abdu Mané também se escusou a comentar informações clínicas que indicam que Orlando Viegas vai ser evacuado devido à gravidade do seu estado de saúde. "Não quero falar sobre isso, mas a situação é muito grave, muito grave", observou o Procurador guineense.
"Em nome dos direitos humanos não podemos aceitar isso. Estou triste. Nós queremos apenas servir a República, como guineenses. Não queremos outra coisa", enfatizou Abdu Mané.
Sede União Patriótica Guineense vandalizada por grupo de desconhecidos
A sede da União Patriótica Guineense, partido liderado por Fernando Vaz, um dos três ministros de Estado do governo de transição da Guiné-Bissau, foi vandalizada por um grupo de desconhecidos, anunciou o partido em comunicado.
O ataque à sede da UPG aconteceu às 09.30 horas, em Bissau, depois de um outro ministro de Estado, Orlando Viegas, ter sido espancado, na noite de terça-feira, na sua residência, também na capital.
De acordo com um comunicado da UPG, a sede nacional do partido "foi invadida e vandalizada por quatro homens não fardados", que seguiam numa viatura de cabina dupla branca, com vidros escuros e sem matrícula.
Segundo um funcionário da sede, os invasores "perguntaram pelo presidente da UPG" e quanto este respondeu que não estava, "começaram a dirigir palavras insultuosas", rasgaram fotografias de Fernando Vaz e provocaram outros estragos.
Tentaram ainda, sem sucesso, entrar no gabinete do líder do partido, acrescenta o comunicado.
LUSA