João Soares espera que o novo líder angolano se livre da família Eduardo dos Santos. E que deixe a justiça portuguesa fazer o seu trabalho no julgamento de Manuel Vicente, ex-número dois de Angola. Em entrevista ao programa Hora da Verdade, uma parceria entre a Renascença e o Público, o deputado socialista e ex-ministro também fala sobre a Europa e manifesta preocupação com o que se passada na Catalunha.
Dino Matross, da direção do MPLA, fala na mágoa pelo julgamento público de Manuel Vicente
O forte protesto da nota de repúdio enviada pelo governo de Angola ao Ministério dos Negócios Estrangeiros português mostra como em Luanda as altas figuras do Estado estão zangadas com Portugal, mas como tudo em Angola, a linguagem formal é mais agressiva que a sua concretização em atos.
Dinâmica económica entre Portugal e Angola tem oscilado. Depois de um boom de comércio e investimento no início da década houve uma retração. Mas a tendência poderá estar a mudar
A defesa do ex-vice-Presidente angolano e arguido na operação Fizz Manuel Vicente espera que o parecer pedido pelo primeiro-ministro à Procuradoria-Geral da República (PGR) possa trazer "melhor luz ao caso e às questões legais e de Estado".
O preço para comprar uma nota de 100 dólares nas ruas de Luanda tem vindo a descer desde as eleições gerais angolanas de 23 de agosto e hoje já é transacionado a menos de 38.000 kwanzas.
Já estão marcadas 54 sessões do julgamento que envolve Manuel Vicente e está a provocar polémica com Angola. Serão entre janeiro e maio de 2018. Mas o juiz ainda tem que tomar uma decisão importante.
O presidente da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA) disse hoje que os deputados do seu partido vão ocupar os assentos no parlamento, a partir de quinta-feira, para "combater a corrupção" e fomentar a "despartidarização do Estado".
O antigo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil da Presidência da República de José Eduardo dos Santos, Edeltrudes Costa, é o primeiro ministro a ser nomeado pelo novo chefe de Estado angolano, João Lourenço.
O presidente da UNITA, maior partido na oposição em Angola, considerou hoje que a corrupção, a intolerância e a exclusão "vão continuar" nesta nova fase do país, afirmando que "as eleições terminaram, mas o regime não mudou".
É um cenário quase inacreditável, mas está em cima da mesa.
Angola está a ameaçar Portugal com o corte de relações diplomáticas e de apresentar uma queixa nos tribunais internacionais contra o antigo colonizador. É verdade que as relações entre os dois países já tiveram vários picos de tensão e nunca se chegou a extremos.