Os dados, compilados pela agência Lusa, resultam da proposta de lei do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, em discussão no parlamento angolano até 15 de fevereiro, e comparam com os 118.925 milhões de kwanzas (535 milhões de euros).
As importações angolanas aumentaram quase 2% no terceiro trimestre de 2017, face ao mesmo período de 2016, ultrapassando os 512 mil milhões de kwanzas (2.300 milhões de euros).
Só entre julho e setembro, Angola gastou 71.796 milhões de kwanzas (323 milhões de euros) a importar produtos agrícolas, 26.861 milhões de kwanzas (120 milhões de euros) com produtos alimentares, 10.708 milhões de kwanzas (48 milhões de euros) com vestuário e 4.587 milhões de kwanzas (20 milhões de euros) em calçado.
Contudo, as máquinas e equipamentos industriais são os mais importados por Angola e ascenderam no terceiro trimestre do ano passado a um volume de 113.848 milhões de kwanzas (512 milhões de euros).
O Governo angolano tem ainda em curso um programa de promoção das exportações e substituição das importações, face à quebra nas receitas com a exportação petrolífera. De acordo com o relatório de fundamentação do OGE para 2018, esse programa implica ações de política "que concorrem para a dinamização do setor privado da economia" e "para a otimização do Setor Empresarial Público", além da pretendida "melhoria do ambiente de negócios" e o aumento da produtividade e competitividade nacional.
No OGE para 2018, o Governo prevê ainda arrecadar 3,8 milhões de kwanzas (17 mil euros) com os impostos sobre as exportações, um valor insignificante no quadro das receitas previstas para todo o ano e que ainda representa uma quebra de quase 35% face ao ano anterior.
As contas do Estado angolano para 2018 preveem um défice de 697,4 mil milhões de kwanzas (3.500 milhões de euros), equivalente a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB), traduzindo-se no quinto ano consecutivo de 'buraco' nas contas nacionais.
Estima despesas e receitas de 9,658 biliões de kwanzas (48.300 milhões de euros) e um crescimento económico de 4,9% do PIB.
A votação final da proposta está prevista para 15 de fevereiro, no parlamento angolano, conforme previsto na legislação, dada a realização de eleições gerais em agosto de 2017.
O défice estimado de 2,9% é o quinto consecutivo, depois dos 5,3% do PIB previstos no OGE para 2017, de 7% em 2016, 3,3% em 2015 e de 6,6% em 2014, quando se iniciou a crise das receitas petrolíferas.