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Segunda, 01 Janeiro 2018 00:19

A controvérsia do número de países que possuem satélite no continente africano

Namibe – Desde o lançamento do primeiro satélite artificial o Sputnik 1 em 1957, pela União Soviética, esse fato marcou o início da corrida espacial entre União Soviética e Estados Unidos. Como um impressionante feito científico, o fato chamou a atenção do mundo todo, principalmente dos Estados Unidos, onde temia-se a capacidade dos soviéticos de lançarem também mísseis balístico.

Por Londaka Sangangula

E após o lançamento do primeiro satélite artificial americano, o Explorer I, em 1958 como resposta aos dois lançamentos feitos pelos soviéticos em 1957, muitos países a nível do mundo membros do G8 e G20 consolidaram os seus projectos e outros aderiram a corrida da era aeroespacial, no que toca ao lançamento de seus próprios satélites de fabrico local ou estrangeiro, bem como de outros corpos celestes que fazem parte deste ramo das engenharias.

Além disso, mesmo com a pobreza extrema que a maior parte da população africana enfrenta, a falta de condições sanitárias básicas, as divisões artificiais dos países que separaram tribos africanas, a corrupção, a gerrilha e a luta pelo poder em vários países como a ocorrência de várias doenças pandêmicas: a SIDA, a infecção pelo vírus do Ébola, além de várias doenças infecciosas como malária, leishmaniose, esquistossomose, doença do sono, etc.

Ainda sim, alguns países africanos não ficaram atrás no que concerne a era aeroespacial embora poucos pelo número de países que o continente berço possui. Alguns lançaram os seus satélites de fabrico local com parceria das grandes potências mundiais por serem pioneiros nesta área, e outros investiram seriamente nesta área com projectos nacionais a longo prazo como é o caso da Africa do Sul, Argélia, Nigeria e do Gana. 

‟E se olhar mos bem para o mundo inteiro, veremos que, somente o continente africano está no estado de atraso e de dependência tecnológica, que lhe coloca na condição de inferioridade nas organizações e fóruns internacionais, sem Assento Permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Em síntese, enquanto estes satélites africanos tinham sido concebido como um projecto comercial e não comercial, mas na perspectiva das grandes potências, como fabricantes e parceiros no fabrico destes satélites, é um «aparelho espacial de inteligência», com capacidade de recolha de uma gama de dados sensíveis, do eixo da sua órbita, que são transmitidos diretamente aos seus «centros-de-controlo», que na qual têm uma ligação permanente.

A partilha de dados recolhidos é uma questão em aberto, dependendo exclusivamente da «vontade política» do produtor, que tem dispositivos instalados dentro do Satélite em órbita, em ligação directa com o seu centro-de-controlo, que maneja tecnicamente o Aparelho. Para os países africanos, neste respeito, reserva-lhe o acesso limitado aos dados sensíveis recolhidos, de utilidade estratégica. Ali reside o «paradoxo» da nossa dependência tecnológica às potências mundiais, que competem entre si, em busca da supremacia global, adaptado dos textos do artigo de Carlos Kandanda intitulado «As virtudes do Angosat»ˮ.

E é sabido pelos amantes da leitura que antes ou depois do lançamento do primeiro satélite angolano o AngoSat-1, varias entrevistas foram dadas na TPA, TV-Zimbo e muitos artigos surgiram, onde viu-se uma grande controvérsia sobre os países e o número de países que possuem satélites no continente africano.

Razão pela qual, neste ponto houve um erro por parte do autor, porque na verdade são sete (7) países africanos que possuem satélites em órbita, onde a Tunísia não consta, mas sim o Gana. E não seis países como eu tinha dito no meu artigo intitulado ‟26 de Dezembro de 2017 um dia histórico para os angolanosˮ publicado pelo Portal de Noticias Angola24horas. Além disso, pode-se ver a ordem crescente abaixo dos países africanos que possuem este corpo celeste:

  1. África do Sul, o primeiro país de África a possuir um satélite o SUNSAT (Stellenbosch UNiversity SATellite) lançado em órbita no dia 23 de Fevereiro de 1999, através do foguete Delta II a partir da Base da Força Aérea de Vandenberg, Califórnia (EUA). 
  1. Argélia, foi o segundo país de África a possuir um satélite o AlSAT- 1 lançado em órbita no dia 28 de Novembro de 2002, através do foguete Kosmos-3M a partir do cosmódromo Plesetsk, Rússia. 
  1. Nigéria, o terceiro país de África a possuir um satélite o NigeriaSat-1 que foi o primeiro satélite nigeriano que fazia parte do Projeto Internacional de Constelação de Monitoramento de Desastres. O satélite foi lançado pelo foguete Kosmos-3M do porto espacial russo Plesetsk em 27 de Setembro de 2003.

E aos 13 de 2007 foi lançado com sucesso ao espaço o NigComSat 1 um satélite de comunicação geoestacionário nigeriano. Mas parou de funcionar em 10 de novembro de 2008, e é substituído pelo NigComSat 1R lançado com sucesso no dia 19 de dezembro de 2011. Além disso, em 2009 O satélite NigeriaSat-2 que é usado principalmente para gerenciamento de recursos e mapeamento do território nigeriano foi também lançado em órbita.

  1. Egipto, o quarto país de África a possuir um satélite o EgyptSat 1 (MisrSat-1) lançado em órbita no dia 17 de abril de 2007, a bordo de um foguete Dnepr, a partir do cosmódromo Baikonur, no Cazaquistão curiosamente no mesmo lugar onde foi lançado o primeiro satélite angolano. 
  1. Marrocos, o quinto país de África a possuir um satélite o Mohammed VI-A lançado em órbita no dia no dia 08 de Novembro de 2017, a bordo de um foguete Vega, a partir do Complexo de lançamento de Vega em Kourou, na Guaina Francesa. 
  1. Gana, o sexto país de África a possuir um satélite o GhanaSat-1 (Bird GG
    ANUSAT-1) lançado em órbita no dia 03 de Junho de 2017, pela Space X. E no espaço do NanoRacks CubeSat Deployer na Estação Espacial Internacional foi lançado no dia 7 de Julho de 2017, e será usado para monitorar actividades ambientais ao longo do litoral do Gana.

O satélite foi lançado pela SpaceX em sua missão CRS-11 para a Estação Espacial Internacional em 3 de Junho de 2017. O satélite foi carregado em uma nave espacial Dragon em um foguete Falcon 9, lançado do Kennedy Space Center Pad 39A da NASA.

  1. Angola, o sétimo país de África a possuir um satélite o AngoSat-1 o primeiro satélite de comunicações de Angola, que foi construído pela empresa Russa RKK Energia. O satélite foi lançado com sucesso ao espaço no dia 26 de Dezembro de 2017, às 19:00 UTC, por meio de um veículo Zenit-3F, a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.

Mas o contato foi perdido rapidamente depois por causa de uma falha na nave espacial. E no dia 28 de Dezembro de 2017, a comunicação foi restaurada e a telemetria.

Por isso, a Tunísia ainda não tem satélite em órbita, mas sim participou com sucesso no lançamento do Arabsat Satélite que é um dos principais operadores de satélite de comunicações no mundo árabe, com sede na cidade de Riade, Arábia Saudita. Além disso, de acordo com os sites; TunUPdate, African Manager, Mosaïque fm, Tunisie Numerique, Tunisie Actuelle, Le Temps Tunisie, bem como Mourad em seu artigo intitulado ‟Lançamento de um satélite tunisino em 2025” de 07 de Dezembro de 2017, diz que:

A Tunísia está trabalhando através de um programa espacial, desenvolvido pelas autoridades tunisinas, o lançamento de um satélite tunisino até 2025, anunciado quarta-feira dia 06 de Dezembro em Monastir, pelo Secretário de Estado do Ministério do Ensino Superior e da Investigação Científica, Khalil Laamiri.

Portanto, se verificarmos a lista de lançamentos orbitais de 2017, bem como dos anos anteriores não consta o nome de nenhum satélite tunisino. Mas sim, vamos encontrar o do Gana (GhanaSat-1) lançado em Junho e o de Angola (AngoSat-1) em Dezembro, porque se o satélite tunisino existe mesmo na verdade, neste caso são oito (8) países africanos com este corpo celeste em órbita e não sete (7).

*Londaka Sangangula é licenciado em Linguistica Inglês, chefe escuteiro, escritor, investigador, autodidacta em Política, inteligência e contra inteligência, assuntos militares e americanos desde 2009.

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