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Terça, 12 Dezembro 2017 16:54

O Leste de Angola pode ser transformado na capital mundial dos Diamantes.

Se o governo Português enquanto colonizador era detentora de aproximadamente 15% das acções das companhias diamantíferas em Angola, na actualidade a realidade das acções do governo Angolano não atinge os 40% em cada uma das grandes mineradoras neste sector, o que significa que estamos na mesma ascenda com os modelos coloniais.

Por António Marcelo Domingos

lembremo-nos que, Portugal que encontrava-se entre as grandes potências colonizadoras, não conseguiu tirar grandes vantagens com as exportações provenientes de suas ex-colónias, que o catapultasse na vanguarda da industrialização na europa, e como fruto da “política antissemita implantada pelos portugueses depois do seculo XVI, levou inúmeros judeus, exímios mercadores e artesãos, expulsos de Portugal a migrarem para a Antuérpia e estes fortaleceram o comércio e a indústria de joias e diamantes” e hoje nós para além de negociarmos também em baixa com os parceiros internacionais, continuamos a “levar” os diamantes em grande escala para lá e outros países, que tem sabido gerar altos lucros em função do valor acrescido, estamos a falar de um volume de negócios de aproximadamente 40mil milhões de dólares por ano, só em Antuérpia.

 Sabemos que o diamante como joia é um bem supérfluo, tem as suas especificidades, mas precisamos estudar os pontos fracos e fortes da China, da India e dos Emirados Árabes Unidos e outros, para podermos melhor usar os nossos pontos fortes e um deles consiste em termos um país adornado de diamantes em tudo que é canto. Só precisamos montar a estratégia certa para esta finalidade.

Pelo que convido a inteligência angolana a usar o valor acrescido ao diamante como uma arma poderosa, que o país pode usar para transformar o Leste de Angola num Mercado internacional de diamantes, não se trata de um sonho, mas com uma projecção estruturante, e focalizada, angola o pode fazer e começar a sentir os efeitos positivos generalizados a partir dos próximos anos, como fazer isto, como pequeno contributo seguem alguns passos:

1-A gizar política públicas focadas na construção de um mercado internacional de diamantes do tipo zona franca. Só isto, poderá acelerar o desenvolvimento generalizado nesta região com a aplicação de tarifas alfandegárias atrativas. O que concorreria para melhorar o ambiente de negócios e atração de investidores nacionais e internacionais em vários sectores incluindo a agro-indústria.

2-Incentivar a formação em gemologia, lapidação e outas áreas relacionadas para que a mão-de-obra nacional possa vir dar suporte as futuras demandas do mercado.

3- Dentro do projecto, a criação de pequenas células de lapidação e casas de joalharias ou pequenos negócios de famílias pode ser uma variável a ter em conta. Sem temer a concorrência indiana onde o custo de lapidação é bastante baixo, porque o mercado encarregar-se-á de  ajustar o preço do bem até atingir o ponto de equilíbrio. 

4-Para começar as organizações dos primeiros leilões e feiras internacional de diamantes acoplados a moda e arte, onde o ouro, a prata e outros metais encontrar-se-iam numa simbiose mágica e artística, na futura zona franca poderá ser um facto.

5-Incentivar o surgimento do turismo diamantífero internacional com destino a zona franca, estou a falar de voos directos onde os sheikes arabes, as grandes estrelas e elites consumistas da magia deste produto, as indústrias e qualquer cidadão deste planeta que demandasse por um diamante angolano pudesse encontrar satisfação total nestas paragens. Já nos perguntamos porque que a história não registou nenhum leilão ou feira de diamantes feito em Angola? Desculpem-me se estiver errado.

Porém, perguntemo-nos como estão as outras premissas que também concorrem para o bom ambiente de negócios, os hotéis, as nossas estradas, os nossos caminhos-de-ferro, os nossos portos e aeroportos e sobre tudo a nossa banca, a segurança, policia e a política de vistos? Tudo isto até podem constituir pontos fracos de momento, mas se estivermos todos sintonizadas para este objectivo, estas fraquezas podem ser transformadas em pontos fortes, onde para sua realização não bastará atrair o capital estrangeiro e nacional, mas também investirmos seriamente na modernização das nossas mentes, para podermos transformarmos o impossível em possível. Lembremo-nos que Dubai foi feito em pouco tempo, sobre tudo com muita inteligência e seriedade, porque dinheiro, muitos países o tem tido. E hoje já é um dos grandes destinos do diamante angolano.

A ideia consiste em tentar inverter este paradigma, trazer o mundo cá, para comprarem diamantes brutos e lapidados em Angola. Onde é que já se viu, vivendo num país que explora-se diamantes em grande escala, não se consegue comprar um simples brinco com diamantes á 5 ou 10mil Kwanzas, fincando mais fácil em Antuérpia, India, China ou Dubai? Acho isso um absurdismo com o qual não podemos conviver em pleno seculo XXI.

Portanto, desculpem-me pela minha pouca inteligência, mas dou-me a primazia em convidar o país a investir na inversão deste paradigma e as futuras gerações encarregar-se-ão de corrigir onde errarmos.

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