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Domingo, 26 Novembro 2017 09:27

João Lourenço: Todo o mundo sabe onde estão (divisas) mas ninguém faz nada

O Presidente da República, João Lourenço, justificou, ontem, as mudanças que efectuou no BNA e no Comando da Polícia Nacional e afirmou que deu orientações a cada uma das instituições para combaterem a fuga de divisas da banca para o comércio informal.

“Mudamos o governo do Banco Central e do comando da Polícia Nacional e quaisquer destas instituições recebeu a responsabilidade de combater a fuga das divisas da banca para o comércio informal”, disse o Presidente da República, para acrescentar: “há divisas em Angola, só que estão fora das instituições próprias que deviam ter o controlo delas”.

Na companhia de  ministros e secretários do seu gabinete, o Presidente da República sublinhou que as divisas não estão nos bancos, estão em outros locais que não são os adequados, mas perfeitamente identificados. “Por razões que desconhecemos, todo o mundo sabe onde estão, mas ninguém faz nada”, afirmou o Presidente da República que acredita que as mudanças efectuadas e as medidas a serem tomadas vão contribuir para que haja mais divisas disponíveis para a economia e para outras necessidades para o país.

O presidente da República respondia às preocupações apresentadas pela comunidade angolana na África do Sul, que reclama principalmente das dificuldades nas transferências bancárias, atrasos no pagamento dos subsídios de bolsa para os estudantes angolanos no exterior e a legalização de vários cidadãos residentes há vários anos naquele país, mas que continuam sem documentos.

O Chefe de Estado apontou, igualmente, outro factor responsável pela escassez de divisas no país. Num jeito pedagógico e elogiado pelos presentes, João Lourenço falou da dependência do país num único produto de exportação, o petróleo, cujos preços caíram nos últimos anos em mais de 70 por cento, o que contribuiu para a redução das receitas do Estado.

O Presidente da República alertou igualmente que o tempo em que o barril de petróleo custava acima de 100 dólares não volta mais, dai a necessidade urgente de se diversificar a economia, para que o país tenha mais produtos para exportar e, com isso, outras fontes de recursos, além do petróleo. “A economia do nosso país está de alguma forma destorcida”, disse o Presidente da República, para justificar a urgência em acelerar o processo de diversificação da economia nacional, que passa pela atracção de parceiros externos, como via para ganhar acesso a tecnologias, conhecimento e aos mercados externos. 

 “Vamos tomar as medidas necessárias para termos em Angola um Estado cada vez mais amigo do investimento, melhorando a política migratória e apostando nas melhores tecnologias e nas melhores práticas internacionais no domínio dos negócios”, disse João Lourenço.

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