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Terça, 14 Novembro 2017 11:56

Chefe do exército do Zimbabué exige fim da "purga" de Mugabe e ameaçam intervir

O chefe do exército do Zimbabué advertiu hoje que os militares podem intervir para evitar o que considerou uma purga no seio do partido no poder, Zanu-PF, depois do vice-presidente do país, Emmerson Mnangagwa, ter sido destituído.

O general Constantino Chiwenga reclamou o "fim" das convulsões internas no partido do Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, e referiu que "o exército não hesitará em intervir".

"A purga, que visa claramente os membros do partido que estiveram comprometidos na guerra da independência, deve acabar imediatamente", disse Chiwenga, numa conferência de imprensa com a presença de cerca de nove dezenas de altos responsáveis militares.

Indicado como possível delfim de Mugabe durante muito tempo e um dos mais fiéis ao Presidente, Emmerson Mnangagwa, de 75 anos, foi demitido das funções de vice-presidente após um braço de ferro com a primeira dama, Grace Mugabe, colocada numa posição ideal para suceder ao esposo, de 93 anos.

Segundo pessoas próximas, Mnangagwa, que recebeu o apoio dos antigos combatentes da guerra da independência, deixou o Zimbabué com destino à África do Sul.

Depois de ter sido destituído, Mnangawa prometeu desafiar Robert e Graça Mugabe, acusando-os de se tomarem como "meio deuses".

O vice-presidente demitido assegurou que voltará ao Zimbabué "para dirigir" o partido Zanu-PF, que, notou, "não é propriedade pessoal" de Mugabe.

Algumas horas mais tarde, Mnangawa foi excluído do partido, com congresso marcado para dezembro, no qual Grace Mugabe poderá ser nomeada para um dos dois cargos de vice-presidente que se encontram por preencher.

Durante quatro décadas, Robert Mugabe tem exercido o poder no Zimbabué com punho de ferro, mas a destituição de Emmerson Mnangagwa poderá ter um impacto incontrolável antes das eleições gerais de 2018.

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