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Segunda, 23 Outubro 2017 13:47

Líder da oposição queniana informa diplomacia ocidentel sobre as eleições boicote às presidenciais

O líder da oposição queniana, Raila Odinga, informou hoje diplomatas ocidentais acreditados no Quénia que vai boicotar as eleições presidenciais da próxima quinta-feira, considerando que a votação "não serve os interesses do país".

A indicação foi avançada pela chefe de campanha da Super Aliança Nacional (NSA, na sigla inglesa), Musalia Mudayadi, que argumentou com a ideia de que a Comissão Eleitoral "não está preparada para conduzir eleições livres, justas e credíveis".

A coligação da oposição, liderada por Odinga, já tinha anunciado a decisão, condicionando a participação nas presidenciais à reforma da Comissão Eleitoral, depois de o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) queniano ter anulado, a 01 de setembro, as eleições de 08 de agosto por se terem confirmado irregularidades na transmissão dos resultados.

O presidente cessante, Uhura Kenyatta, desdramatizou o boicote de Odinga e afirmou que a votação vai realizar-se na data prevista, com ou sem o líder da oposição.

Hoje, Odinga foi recebido por altos funcionários das embaixadas da União Europeia (UE), Estados Unidos, Reino Unido, Noruega e Dinamarca em Nairobi, que solicitaram a reunião.

Entretanto, também em Nairobi, o Governo queniano anunciou que vai impor restrições políticas até à realização da votação, argumentando com a "política de anarquia" perpetrada pela oposição "tem-se manifestado de forma violenta e não pacífica".

"Qual é a parte que diz, na lei, que podem haver manifestações em que se atiram pedras às esquadras de polícia. Há uma diferença clara entre manifestações e confrontos", disse o ministro do Interior queniano, Fred Matuiangi'i.

Hoje, a Nações Unidas e a União Africana (UA) apelaram à paz, numa altura em que a tensão política tem vindo a aumentar após a oposição anunciar o boicote eleitoral.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o líder da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, afirmaram que as várias fações políticas quenianas devem pôr cobro à violência e que as forças de segurança quenianas devem abster-se de quaisquer aptos de repressão.

A oposição queniana tem desafiado a interdição do Governo com a realização de manifestações nas principais cidades do Quénia, exigindo a regularização das ilegalidades cometidas nas presidenciais de 08 de agosto, entretanto anuladas a 01 de setembro pelo STJ.

Controlado pela oposição, o STJ deu conta de uma série de irregularidades na transmissão dos resultados para justificar a decisão, inédita no continente africano, e que foi considerada "um ato de coragem" pela comunidade internacional.

Há duas semanas, Odinga anunciou que se retirava da votação, argumentando que a Comissão Eleitoral não procedeu às alterações necessárias para garantir uma organização transparente e credível, exigindo a demissão de vários dos seus responsáveis.

Odinga defende que o abandono da corrida às presidenciais implica a anulação da votação e a organização de todo um novo processo eleitoral, enquanto Kenyatta já afirmou que a eleição ocorrerá com ou sem o rival.

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