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Segunda, 16 Outubro 2017 11:12

Novo Governo: O ‘núcleo duro’ de João Lourenço

Além dos três ministros de Estado (Casa Civil, Casa da Segurança e Desenvolvimento Económico e Social) são, no total, 11 os colaboradores directos do novo Presidente da República, cuja missão principal é o de auxiliar João Lourenço a colocar em marcha o programa de Governo prometido aos angolanos.

O Presidente da República, João Lourenço, após a sua investidura, precisou apenas de um dia para começar a indicar os membros do seu gabinete para o ciclo governativo 2017-2022. Ao todo, são 11 os colaboradores directos do novo chefe de Estado que, ainda durante a campanha eleitoral e, mais tarde, durante a investidura no cargo de Presidente da República, prometeu, entre outras tarefas, combater o fenómeno da corrupção, a pobreza e os altos níveis de inflação.

Quem chefia o gabinete é, entre os 11 colabodores, aquele que já atingiu o mais elevado cargo na chefia do Governo. Edeltrudes Maurício Fernandes Gaspar da Costa foi chefe da Casa Civil de José Eduardo dos Santos, depois de ter passado pela Comissão Nacional Eleitoral. Exonerado da Casa Civil, manteve-se no Palácio como secretário-geral da Presidência.

Nas questões económicas, João Lourenço deve contar com o apoio directo de Carlos Aires da Fonseca Panzo, nomeado para o cargo de secretário para os Assuntos Económicos.

Já no consulado do ex-Presidente, José Eduardo dos Santos, Panzo era tido como um destacado quadro, tendo exercido cargos de relevo em alguns dos mais importantes ministérios.

Em 2009, por exemplo, foi nomeado pelo então ministro da Economia, Manuel Nunes Júnior, para exercer o cargo de director do gabinete de acompanhamento macroeconómico daquele pelouro, tendo, anos mais tarde, migrado para o Ministério das Finanças onde chegou a exercer o cargo de director da Unidade de Gestão da Dívida Pública do Estado, até Maio de 2013.

O economista chegou também a coordenar a Comissão de Gestão do Fundo de Fomento Habitacional, tendo sido substituído em Maio de 2013 por Edson Augusto dos Santos Vaz. Em Dezembro do mesmo, ano dá-se igualmente por terminado a função que vinha exercendo na Sonangol E.P, como presidente do conselho fiscal.

Até antes da sua nomeação para o novo cargo na Presidência da República, Carlos Panzo desempenhava funções de administrador executivo do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).

Outro renomado quadro indicado por João Lourenço para ajudar a pôr em marcha o programa económico do MPLA é Isaac Francisco Maria dos Anjos, nomeado para o cargo de secretário do sector produtivo do Presidente da República.

Entre as principais tarefas a si atribuídas, deverá colaborar com o novo chefe de Estado para que haja efectivamente uma “maior aposta na produção agrícola e pecuária em pequena e grande escalas e na garantia do escoamento dos produtos do campo para as vilas e cidades”.

Isaac Francisco Maria dos Anjos, para além de ser um antigo militante do MPLA, já exerceu também cargos relevantes a nível do Executivo, com destaque para o de governador da Huíla, Namibe e Benguela, tendo sido exonerado deste último cargo, em Junho passado.

SECTOR SOCIAL ENTRE AS PRIORIDADES

No plano social, para reduzir “as desigualdades sociais, promovendo um maior acesso à educação e ao conhecimento, à assistência de base para todos, à segurança social e à assistência aos vulneráveis e desfavorecidos” João Lourenço contará também com Carlos Alberto Lopes, a quem indicou para ocupar o cargo de secretário para os Assuntos Sociais. Carlos Alberto Lopes já foi ministro das Finanças, tendo sido substituído, em 2013, por Armando Manuel.

Por outro lado, a reforma da justiça, segundo João Lourenço, precisa de um novo impulso, “de modo a serem concluídos os vários códigos que estão a ser reapreciados e aprovadas medidas administrativas e operativas para diminuir o elevado número de processos pendentes”.

No seu gabinete, João Lourenço apostou em dois jovens juristas, nomeadamente Marcy Cláudio Lopes, nomeado para o cargo de secretário para os Assuntos Políticos, Constitucionais e Parlamentares do Presidente da República e Itiandro Slovan Simões, indicado para o cargo de secretário para os Assuntos Judiciais e Jurídicos do Presidente da República.

Até ter sido nomeado para as novas funções, Marcy Cláudio Lopes desempenhava as funções de director para as questões dos partidos políticos do Tribunal Constitucional, enquanto Itiandro Slovan era até então consultor do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, para além de ser docente na Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto.

No plano internacional, Lourenço deverá requerer do seu mais próximo colaborador para esta área, no caso Victor Manuel Rita da Fonseca Lima, nomeado para o cargo de secretário para os Assuntos Diplomáticos e de Cooperação Internacional, contribuições para uma actuação que viabilize uma maior aproximação na relação com o mundo, como, de resto, deixou patente no seu discurso de investidura.

Licenciado em História, Victor Manuel Rita da Fonseca Lima já, por várias vezes, chefiou representações diplomáticas de Angola no estrangeiro, sendo de destacar Japão e Coreia do Sul entre 2000 e 2006, França (2006/2009) e em Setembro de 2009, em Espanha.

O gabinete de João Lourenço é ainda composto por Flávio Saraiva de Carvalho da Fonseca, nomeado para o cargo de secretário para os Assuntos Regionais e Locais do Presidente da República e Luís Fernando, secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e de Imprensa.

Completam a lista do ‘staff’ Félix de Jesus Cala, secretário-geral do Presidente da República, e Edson Ulisses de Carvalho Alves Barreto (director do Gabinete de Quadros do Presidente da República. (Valor Economico)

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