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Terça, 03 Outubro 2017 20:39

Polícia do Zimbabué detém jornalista por artigo sobre Grace Mugabe

A polícia do Zimbabué deteve um jornalista que escreveu que a primeira-dama, Grace Mugabe, terá dado roupa interior usada e camisas de noite a apoiantes do partido no poder, indicou hoje uma organização não-governamental.

Kenneth Nyangani, do diário privado NewsDay, está sob custódia desde segunda-feira à noite em Mutare (leste), segundo a Associação dos Advogados dos Direitos Humanos do Zimbabué (ZLHR), que adiantou que o jornalista pode ser processado por "difamação".

No artigo publicado na segunda-feira, Nyangani refere que um deputado do partido no poder, a ZANU-PF, distribuiu a roupa a apoiantes em nome de Grace Mugabe durante o fim de semana.

A primeira-dama doa habitualmente roupa e alimentos aos apoiantes do partido nos seus comícios.

A Amnistia Internacional apelou hoje à libertação "imediata e incondicional" de Keneth Nyangani, considerando que a detenção é "uma tática deliberada para o intimidar, assim como a outros jornalistas".

O objetivo das autoridades zimbabueanas é, segundo a Amnistia, "enviar aos jornalistas a mensagem (...) que devem autocensurar-se em vez de expor a verdade".

O Presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, encontrou-se esta terça-feira com o seu homólogo sul-africano, Jacob Zuma, na sua primeira visita à África do Sul desde o incidente que envolveu a sua mulher, Grace Mugabe, em Joanesburgo.

Robert Mugabe, de 93 anos, não foi acompanhado pela mulher nesta viagem à África do Sul. A primeira-dama do Zimbabué, de 52 anos, foi acusada por uma modelo, Gabriella Engels, de a ter atingido com um cabo elétrico no dia 13 de agosto, num hotel de Joanesburgo, onde os dois filhos de Grace Mugabe também estavam hospedados.

Esta terça-feira, Robert Mugabe sublinhou as estreitas relações entre os dois países vizinhos, sem mencionar o caso. "Se tivéssemos uma opinião na escolha sobre os nossos vizinhos, teríamos escolhido vocês", disse Mugabe, causando gargalhadas em ambas as delegações.

"Somos um só, um povo, uma revolução, uma luta, um futuro", acrescentou Mugabe, destacando a "crescente cooperação entre os dois países". Após o incidente de 13 de agosto, a mulher de Robert Mugabe alegou imunidade diplomática diante das autoridades sul-africanas, que acabaram por aceitar, após vários dias.

Grace Mugabe deixou discretamente a África do Sul com o seu marido, que encurtou a sua estada em Pretória, onde participava numa cimeira regional. Gabriella Engels apelou para os tribunais sul-africanos para solicitar a anulação da imunidade diplomática concedida à primeira-dama do Zimbabué.

Grace Mugabe, considerada uma das possíveis sucessoras do seu marido, é conhecida pelos seus ataques de raiva. Em 2009, a primeira-dama já havia escapado à justiça depois de ter sido violenta com um fotógrafo em Hong Kong.

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