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Quarta, 27 Setembro 2017 14:16

Deputados da UNITA vão ocupar lugar para "combater a corrupção" em Angola

O presidente da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA) disse hoje que os deputados do seu partido vão ocupar os assentos no parlamento, a partir de quinta-feira, para "combater a corrupção" e fomentar a "despartidarização do Estado".

"O Grupo Parlamentar da UNITA vai para este parlamento não para consolidar a errada impressão dos que pensam que se vai ao parlamento por causa dos 'Lexus' [alusão à distribuição de viaturas luxuosas por todos os deputados à Assembleia Nacional], mas para demonstrar permanentemente que estão lá porque esse é o palco mais indicado para combater os males do país", afirmou Isaías Samakuva.

O líder da UNITA falava hoje, em Viana, arredores de Luanda, na abertura da quarta reunião ordinária da Comissão Política do Comité Permanente do maior partido da oposição, tendo traçado a agenda dos seus deputados no parlamento, sublinhando que devem trabalhar igualmente no "combate à violação dos direitos humanos".

"Deverão mostrar que estão ali para combater também a má governação, o desemprego, os assaltos aos cofres do Estado e o nepotismo. Estarão no parlamento para demonstrar que tal como orientou o 12.º congresso do nosso partido, constitui prioridade nacional absoluta a institucionalização das autarquias municipais em todo país", argumentou.

A cerimónia de investidura dos 220 deputados eleitos nas eleições de 23 de agosto está marcada para esta quinta-feira, na sede do parlamento angolano.

O Movimento Popular da Libertação de Angola (MPLA) elegeu 150 deputados, a UNITA 51 deputados, a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) 16, o Partido de Renovação Social (PRS) dois e a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) um deputado.

Para Isaías Samakuva, os deputados da UNITA deve igualmente combater no parlamento a "exclusão social e a discriminação económica", bem como a "subalternização" do Estado e da Assembleia Nacional a um partido e ao Governo, além de "empreender diligências para incluir no direito interno e internacional o crime de corrupção praticados por titulares de cargos públicos".

"Também neste capítulo em sede do parlamento vamos pugnar por estabelecer um novo regime penal da corrupção no setor público, promover a criação do Conselho Nacional de Prevenção e Combate da Corrupção, promover a inclusão de crimes por corrupção praticados por governantes no quadro do crime internacional organizado", referiu.

O líder da UNITA entende ainda que o "fim da era da partidarização do Estado, do enriquecimento ilícito na utilização de cargos públicos e uma nova abordagem sobre reconciliação nacional" são alguns dos sinais que os angolanos esperam os seus representantes.

"Os angolanos votaram pela paz e pela democracia, o significa dizer pela igualdade e inclusão, os eleitores disseram que a era da divisão dos angolanos terminou, os obstáculos a igualdade económica entre membros do partido/Estado e não membros devem ser removidos", rematou Samakuva, que anunciou a sua saída da liderança do partido, na sequência das eleições gerais de 23 de agosto, em que encabeçou a lista da UNITA.

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