Print this page
Terça, 12 Setembro 2017 12:02

Julgamento dos seis jovens muçulmanos detidos agendado para 25 de setembro

Seis jovens muçulmanos angolanos acusados pela Procuradoria-Geral da República do crime de terrorismo e de ligação ao Estado Islâmico. Cinco dos quais estão em prisão preventiva desde dezembro, vão ser julgados a 25 de setembro.

Seis angolanos acusados de organização terrorista e de terem jurado "fidelidade e obediência" ao autoproclamado Estado Islâmico.

Ahmed Nlandu José um dos arguidos informou  a partir da prisão na Comarca de Viana "fomos notificados de que o nosso  julgamento será no próximo dia 25 de setembro, é um caso de perseguição religiosa e política, para impedir a expansão do islão em Angola, não existem elementos de prova e não juramos fidelidade nenhuma, se [o Ministério Público] tivesse coragem o único crime...é a nossa conversão à religião islâmica...não existe Estado Islâmico em Angola, isto tudo é uma invenção, a única coisa que fazíamos era estudar artigos do brasileiro preso por ter uma posição radical quanto ao Estado Islâmico, foram discussões e essas ideias no facebook e mais nada". Explicou

Seis arguidos com idades compreendidas entre os 23 e 39 anos, foram detidos a 2 e 4 de dezembro (entretanto uma senhora foi libertada posteriormente) e acusados a 26 de abril pelo Ministério Público de terem criado em 2015 em Angola o "grupo muçulmano radical Street Da Was, formado por cidadãos angolanos convertidos ao Islão, com o objectivo de divulgação do islamismo nas ruas, usando a sigla Islam. ya Angola, que publicava e disseminava entre os seus membros, através das redes sociais, matérias e temas de cariz radical".

Segundo a acusação os arguidos prestaram fidelidade a Abou Bakr al Bagdadi, líder do Daesh e nas suas residências foram apreendidos computadores e 106 livros entre os quais "38 são de carácter político, com elevadas tendências radicais e subversivas" segundo acusação do Ministério Publico Angolano

Cinco dos arguidos encontram-se em prisão preventiva, quatro dos quais iniciaram uma greve de fome na passada segunda feira 04 de setembro, com estas acusações são passíveis arriscarem nas penas entre três e quinze anos de prisão.

Trata-se do cidadão Isaac Pinheiro dos Santos, preso há 11 meses no Brasil e acusado de ligação ao Estado Islâmico e de integrar uma célula terrorista que preparava um atentado durante os Jogos Olímpicos de 2016, mas até à data nada foi ainda provado

Não é a primeira vez que cidadãos são detidos em Angola por causa de debates. Em 2015, 15 cidadãos foram presos por causa do livro "Ferramentas para Destruir um Ditador e Evitar uma Nova Ditadura", uma adaptação da obra do norte-americano Gene Sharp

Comparando estes casos à recente acusação dos jovens, tira se a conclusão de mais um caso que se assemelha com o processo dos 15+2 e dos 37 cidadãos. É mais um processo político".

“À nossa detenção é ilegal, ultrapassamos o limite da prisão preventiva estipulado pela lei, somos inocentes porque ainda não fomos julgados. Estamos a cumprir uma prisão ilegal. Apesar de sermos acusados de vários crimes: o julgamento vai dissipar todas as dúvidas sobre o processo. Embora duvidar do sistema judicial angolano, espera, contudo, que a justiça seja feita”.

“É importante que se realize o julgamento o mais rapidamente possível. No nosso país, há uma burocracia tão grande, que leva as pessoas a não acreditarem no sistema de justiça. O julgamento vai dissipar todas as dúvidas que pairam em relação aos jovens muçulmanos. A sociedade está à espera e vamos aguardar que se faça justiça, de facto”, concluiu.

Por Joanas Pensador

Rate this item
(0 votes)

Latest from Angola 24 Horas

Relacionados

Template Design © Joomla Templates | GavickPro. All rights reserved.