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Sexta, 08 Setembro 2017 18:04

Amigos de armas Vs Amigos Da Paz

 

Arrastados pelo turbilhão de épocas remotas enfeitiçadas pela guerra, informados de modo unilateral de que a guerra é a única espingarda capaz de fazer o poder num facto, sem percepção quanto às grandes transformações que já se realizaram ou se começam a realizar através da paz e sem vislumbre do futuro que já se está a configurar num amanhã verdadeiramente risonho, desencaminhado o povo vítima de quase tudo quanto os senhores de armas pensam,  fazem refém a opinião pública, o desejo público e a vontade pública que se fez expressa de forma clara nas urnas, andam no significado por eles atribuído à expressão da guerra como arma opressora e a única com valor dos juízos que formam para chegar à cadeira da cidade alta.

Por João Henrique Hungulo

Não parece- lhes que jamais acontecimento algum havia destruído tantos e tão preciosos bens comuns à humanidade, transtornado tantas inteligências lúcidas e rebaixado tão fundamente as coisas mais elevadas no passado como o que vendeu o país a verdadeira desgraça e terror sem precedência e com um trânsito de longa duração.

Até, o própria País, perdeu a sua desapaixonada imparcialidade; os seus servidores, profundamente amargados no passado da guerra, procuram da história extrair lições para prestar um contributo à luta pela manutenção da Paz e do equilíbrio geopolítico da região que banha Angola.

A CNE, num processo liso, transparente, lúcido, claro, digno e honesto, declara inferior e degenerado o adversário da paz, por este não aceitar os resultados eleitorais feitos com bastante lisura e verdade, atentando contra o bem mais precioso do povo: a paz.

Mas, provavelmente, sentimos com desmedida intensidade a dimensão desta época e não temos direito algum a compará-la com o mal de outras épocas que não vivemos, por isso, achamos que a conservação da paz, constitui um interesse que supera quase tudo que a pátria conquistou ao longo dos anos, ao traduzirmos a guerra numa verdadeira máquina da desgraça e da destruição absoluta do País.

Quem sabe de guerra, não se esquece das lições cruéis que teve de aprender através desta!

Confiando neste acordo dos povos civilizados que escolhem os seus líderes através de processos cívicos, patrióticos e democráticos, os angolanos acorreram ao quarto escrutínio eleitoral, porém, inumeráveis homens manifestaram – se contrários a tudo, porque mesmo perdendo, a vergonhosa acção de perder não tardou por experimentar a sua ira na exaltação de emoções contrárias à verdade, e no encontra do seu único apanágio para o poder, a contestação dos resultados verdadeiramente reais, transparentes e dignos, publicados pela CNE através de manifestações populares.

Vários partidos recorreram sem razões claras a impugnação dos resultados eleitorais, mas na verdade, foi a verdadeira ilusão que fizeram porque onde a razão impera a força não vence.

Porém, porque razão partidos da oposição que, até então, têm a necessidade de em seus congressos redefinirem o seu processo político e os seus programas completamente viciados por processos separatistas,             racistas e tribais e ultrapassado no tempo ainda  assim ousam em acusar eleições tão justas quanto as que aconteceram?

As organizações políticas da oposição em Angola, ao não reconhecerem um processo puramente democrático e sério levado à cabo pela CNE, estão de forma inversa a auto – proclamar – se contrários à vontade pública, contrárias à democracia e adversários à paz. A vontade popular está acima da vontade das organizações políticas, nesta sorte, chama – se em apelo as organizações de natureza política ao respeito ao povo, que é soberano no âmbito da escolha dos seus dirigentes através do voto.

Urge a necessidade de respeitar o povo, quem é contra um processo eleitoral sério, democrático e justo, é contra o povo e toda acção contra a vontade de um povo é terrorismo. Nesta sorte, as organizações políticas que colocaram a sua ânsia no espírito chamando em socorro a guerra, estavam a querer colocar o País num passado ainda breve de violência, morte, destruição, e quem havia de sofrer é o próprio povo angolano.

Como a oposição quer ter apoio do povo se esta é contra o povo? Se o povo quer paz e esta envereda para guerra? Como é possível isto? Querer ter apoio de alguém que quer – lhe privar o bem mais precioso que durante décadas lutou para tê – lo à mãos: a paz!

Haja luz sobre as trevas!

João Henrique Hungulo: Médico Generalista, Pesquisador de Ciências Médicas, Escritor, Poeta, Professor Universitário.

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