Quinta, 28 de Março de 2024
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Segunda, 29 Mai 2017 11:36

Familiares dos doentes internados nos Hospitais de Luanda a pernoitarem na rua!

Acordei e vi, não eu apenas, mas os outros também constataram a tamanha tristeza que vivemos diariamente nos hospitais públicos da Capital do País, Luanda! Esta que é classificada uma das mais caras cidades do mundo, onde os dotor e não doutores, somos nos enfatuados de fatos e gravatas de alto preço ou do canal e as jeitosas senhoras dos saltos altos, dos carrões, da arrogância societária e a falta de amor entre nós. 

Por Antunes Muaquesse

Será que estamos alheios aos problemas públicos da nossa cidade ou do País, por priorizarmos mais os elementos externos referidos anteriormente, não, acredito e sei que ficamos chocados, surpreendidos ao ver o número de pessoas, os familiares dos doentes internados nestes Hospitais a pernoitarem na rua, nos passeios das estradas, nas portas dos prédios, aonde, por incrível que seja satisfazem as suas necessidades fisiológicas, para além dos riscos de assaltos, violação e outros por exposição ao ar livre, estão também sujeitos a contrair graves doenças e a afectarem a saúde pública provincial ou nacional, que já é funesto! 

Como se vê em muitos casos, o acompanhante do paciente, torna-se doente, mais grave, então quem cuidará o outro! Já estamos mais do que na fase de maturidade, Angola não pode regredir, caminho é para frente, por isso a temática do nosso Hino Nacional, é Angola Avante e não Angola recua. Um dos maiores avanços da Medicina na História da Humanidade, é a Higiene, simplesmente.

Sim, é verdade que nos angolanos ou africanos, exageramos no número de acompanhantes quando temos um próximo no hospital, bem que faz parte dos nossos hábitos e costumes, mas vamos moderar, e para a Administração Hospitalar ou a Direcção Geral do Hospital, antes a Delegação Provincial da Saúde e o Departamento Ministerial de tutela, devem encontrar uma solução técnica a favor da sociedade que os mesmos são membros integrantes, porque não criarem condições apropriadas para que as pessoas passem à noite com segurança e comodidade mínima humana, indicando o número de pessoas por cada paciente, 2 ou 3 elementos pode ser suficiente.

Possivelmente alegarão falta de espaço, sugere-se que por esta razão abdiquem de uma parte do parque de estacionamento ou outro. Vejamos, na Maternidade N´gangula, as famílias pernoitavam em frente ao passeio desta Unidade Materno-Infantil, deitavam-se sobre papelões e durante as noites os membros do Corpo Médico, faziam chamadas na rua informando o estado clínico ou as necessidades do paciente. 

Há mais de um ano, foram expulsos daquele lugar, que já era impróprio e passaram então a ambular de ponto a ponto, e vê-se os enfermeiros de forma igualmente ambulativa a chamar pelos acompanhantes para solicitar roupa, pensos higiénicos, refeição, fraldas, seringas, luvas e muito mais. Ao invés de ocuparmos a nossa força de Ordem Pública a intermediar estes assuntos, quando deveriam estar destacados e servir em outros assuntos merecedores. O que para além da falta de uma sala de espera nocturna, reforça a tristeza dos familiares, é o insociável, de baixo nível e indigno atendimento que boa parte dos funcionários dos Hospitais Públicos até unidades privadas oferecem aos utentes destes serviços, é necessário, capacitá-los e ou punir severamente. É necessário tratar os pacientes e seus acompanhantes com carinho, devido o momento que se encontram, não pode ser a gasosa, saldo ou o táxi que estimulará o bom senso profissional e humano, se é somente isto, então estamos perante uma selva aonde nem o leão é rei, o cão é que manda e o salalé fará festa

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