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Quinta, 25 Mai 2017 18:51

Empresários angolanos pedem combate à burocracia e ao peso da carga fiscal

PRESIDENTE DO CONSELHO DAS ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS DE ANGOLA, JOÃO GAGO NICÁCIO GOMES PRESIDENTE DO CONSELHO DAS ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS DE ANGOLA, JOÃO GAGO NICÁCIO GOMES

Burocracia, excessiva carga fiscal e falta de divisas foram algumas das preocupações apresentadas hoje pelos empresários angolanos num encontro com o cabeça-de-lista do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) às eleições gerais de 23 de agosto.

O encontro de auscultação, que decorreu em Luanda, envolveu João Lourenço, vice-presidente do MPLA e candidato do partido às eleições, e algumas dezenas de empresários angolanos, que enumeraram as dificuldades que atravessam e apontaram como prioridade a melhoria do ambiente de negócios no país.

"Todos temos a consciência que o nosso país atravessa uma crise económica que requer cuidados especiais. As empresas angolanas têm vindo a enfrentar dificuldades enormes que tem culminado demasiadas vezes em falências ou encerramento temporários e lançar para o desemprego milhares de trabalhadores", observou, durante o encontro, o presidente da Confederação Empresarial de Angola, Francisco Viana.

O representante dos empresários enumerou vários condicionalismos que a classe empresarial angolana vive, sobretudo desde que a crise se instalou no país, em finais de 2014, e que faz "do empresário e empreendedor de Angola um verdadeiro herói da batalha económica".

"Problemas graves que vão desde a falta de cambiais, a falta de insumos e acessórios no mercado local, a dificuldade em contratar pessoal expatriado, ao ambiente de negócios muito abaixo dos padrões de qualidade aceitáveis. Ao peso excessivo de impostos e das multas cobradas pelo Estado, a falta de energia, água e infraestruturas", explicou Francisco Viana, ao intervir neste encontro com João Lourenço.

O combate à corrupção em Angola também constou do discurso dos empresários angolanos: "É um problema que afeta a sociedade e deve ser tratada no seu todo, combatida a todos os níveis pois se não acabarmos com a corrupção é a corrupção que vai acabar connosco", atirou Francisco Viana.

Por sua vez, o empresário João Gago Nicácio, que no encontro falou em representação do Conselho das Associações das Empresariais de Angola, apontou "a melhoria da concertação social" como uma das ações prioritárias para se transpor as dificuldades da classe.

"É imprescindível e urgente melhorar a eficácia da concertação social e consolidar a sua extensão a nível das províncias e municípios, bem como cuidar da eficácia dos seus resultados. Temos que saber melhorar o ambiente de negócios com a qualidade das infraestruturas e telecomunicações, fornecimento de água e energia, a eficácia dos serviços públicos e a remoção das barreiras burocráticas", defendeu.

Já no setor do turismo e restauração, o empresário Armindo César assinalou na ocasião os principais entraves que dificultam o crescimento do setor e a atracão de mais turistas ao país.

"Temos débeis infraestruturas de água e energia elétrica, são enormes as barreiras que os turistas estrangeiros encontram para obtenção de vistos, continuamos a ter um deficiente atendimento nas nossas unidades hospitalares que desde já não incentiva o turista em chegar ao país. Também esperamos por um melhor orçamento para o setor do turismo nos próximos anos", apelou.

LUSA

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