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Terça, 23 Mai 2017 09:16

Estudantes angolanos em Portugal abandonam os estudos por falta de dinheiro

Muitos estudantes angolanos que vieram estudar para Portugal, por conta dos familiares em Angola, abandonaram os estudos para trabalhar, devido às "dificuldades no envio de dinheiro" para Portugal, disse à Lusa o presidente da Associação de Estudantes Angolanos (AEA).

"Não temos um número exato, mas sabemos que são muitos", disse Luis Victorino, que justifica a interrupção dos estudos com "a demora das transferências de dinheiro efetuadas de Angola para cá"

Segundo Luís Victorino, a AEA "tem negociado com as universidades portuguesas e instituições de ensino para que haja mais flexibilidade nos pagamentos das propinas, de modo a que os estudantes angolanos tenham a possibilidade de pagar as dívidas ou propinas em atrasos em prestações, para que não sejam impedidos de realizar os exames ou inscrições ou matrículas em anos letivos seguintes".

Alguns estabelecimentos de ensino têm respondido "positivamente" às intervenções da AEA. Portugal, como o Instituto Politécnico de Setúbal, por exemplo, disse Luís Victorino.

Angola vive uma grave crise financeira e económica decorrente da quebra da cotação do petróleo no mercado internacional, que se reflete ainda na falta de divisas no país.

Esta situação provoca várias restrições na gestão de divisas e, consequentemente, coloca dificuldades nas transferências de dinheiro para fora do país.

O presidente da AEA destacou ainda o apoio que o Alto Comissariado para as Migrações em Portugal tem dado àqueles estudantes na "questão da legalização", porque muitos ficam impossibilitados de renovar o título de residência por falta de dinheiro.

Atualmente estudam em Portugal cerca de 4 mil angolanos, entre bolseiros, de instituições públicas e privadas, e não bolseiros.

O presidente da AEA acrescentou que, em média, chegam anualmente chegam a Portugal 500 estudantes angolanos e que as áreas profissionais em que mais se destacam são o Direito e as ciências empresariais.

No âmbito das celebrações do Dia de África, que se assinala na próxima quinta-feira, dia 25 de maio, a AEA, em conjunto com as associações de estudantes moçambicanos e guineenses e a comissão instaladora do Núcleo de Estudantes Africanos do Instituto Politécnico de Setúbal, organiza um encontro em que debaterá o passado, o presente e o futuro de África e as celebrações incluem música, poesia, gastronomia e trajes.

LUSA

 

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