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Quinta, 09 Abril 2015 08:18

Bento Kangamba alega que a justiça portuguesa "está cega"

O general angolano 'culpa' Adriano Parreira pelas suspeitas "falsas", diz, que têm surgido sobre si, afirmando que o ex-embaixador de Angola está incomodado por ter sido destituído.

O general angolano Bento Kangamba decidiu defender-se ao enviar um direito de resposta ao Jornal de Notícias. O empresário angolano diz que não há nada que comprove as suspeitas das autoridades portuguesas, além de garantir não estar envolvido no lenocínio no Brasil, esclarecendo que tudo não passou de “um proveito próprio”.

 “A respeito da minha suposta condenação pelo Supremo Tribunal Militar Angolano, tenho apenas a fazer notar que o meu registo criminal em Angola está limpo, o que é facilmente comprovável perante as entidades competentes angolanas. De resto, não tenho presentemente dívida alguma a qualquer empresário português”, refere.

Bento Kangamba dos Santos é acusado em Portugal de fraude fiscal e branqueamento de capitais, depois de as suas propriedades terem sido alvo de buscas a 15 de outubro do ano passado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal. Aí foram encontrados 1,7 milhões de euros e 900 mil euros, dinheiro que na sua versão serviria para "pagar aos trabalhadores e colaboradores mais próximos" no país.

“Já demonstrei a origem lícita dos meus rendimentos, tendo chegado ao ponto de oferecer por diversas vezes a minha colaboração ativa na própria investigação em curso. Porém, as autoridades portuguesas adotaram uma postura cega e hermética, persistindo na minha persecução desenfreada, pela aplicação e manutenção de medidas coativas e ofensivas do meu legítimo património em Portugal”, adianta.

Ainda em relação às suspeitas no Brasil, o parente de Eduardo dos Santos explica que "foi instaurado um procedimento criminal nesse país por suspeitas de ser ‘financiador’ de uma organização internacional destinada ao tráfico de pessoas”. "Tomei conhecimento desse processo quando foi aí decretada a minha prisão preventiva, com a maior ligeireza, e com base em suposições, alicerçadas apenas em escutas telefónicas ilegalmente realizadas”, continua.

Ainda sobre este caso, indica que não está a ser investigado por lenocínio. "Nunca fui suspeito pelas autoridades brasileiras da prática de lenocínio. Isto é, as suspeitas fomentadas contra mim do outro lado do Atlântico não apontam para qualquer obtenção de rendimentos advindos da prostituição alheia”.

“Foi-me imputada a contratação de serviços sexuais em proveito próprio, através do suposto financiamento de um organização destinada ao agenciamento e transporte de prostitutas brasileiras para Angola e outros locais: é somente isso, e nada mais", informa.

No entanto, para Kangamba a origem das denúncias surgem por Adriano Parreira, ex-embaixador de Angola, estar incomodado por ter sido destituído do cargo e que por isso "vem prosseguindo uma campanha difamatória contra diversas personalidades”.

Sobre as alegações de que também está a ser acusado em França, Bento dos Santos nega qualquer processo-crime.

Bento dos Santos Kangamba tem vindo a assumir preponderância na estrutura de Luanda do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido liderado por José Eduardo dos Santos e no poder no país desde 1975, além de presidente do popular clube de futebol da capital Kabuscorp do Palanca (vice-campeão angolano).

Notícias ao Minuto

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