Os investigadores do SWISS TPH focaram-se em quase 700 jovens helvéticos, com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos.
Durante cerca de um ano, a equipa levou a cabo vários tipos de testes, para ver como se encontrava o estado da memória dos jovens, depois de uma utilização regular de telemóveis.
Martin Röösli, professor associado e líder da unidade de pesquisa responsável pelo projeto explica em que consistiram:
"Fizemos três tipos de testes diferentes. Um foi sobre a memória verbal, localizada no lado esquerdo do cérebro. Outro foi à memória figurativa, que usa o lado direito. E fizemos também um teste de concentração, onde é utilizada a parte dianteira.”
A orelha do telemóvel
"Podemos observar que a memória figurativa é a mais afetada, e, o que é mais interessante, acontece com os adolescentes que usam o telefone no lado direito da cabeça."
Os resultados foram apresentados no início desta semana e dados a conhecer numa publicação científica digital. Mas o professor Martin Röösli diz que os resultados não podem ainda ser considerados como definitivos:
"Prefiro ser cauteloso quanto à interpretação dos resultados, que devem ainda ser confirmados por estudos. Mas a boa notícia é que a maior distância o efeito reduz-se rapidamente. O facto de manter o telemóvel a 10 centímetros da cabeça, por exemplo, reduz o efeito de radiação."
Agora, cabe aos neurocientistas descobrir se existe mesmo uma relação de causa-efeito entre a utilização do telemóvel e a perda de memória. O Instituto Suíço de Medicina Tropical e Saúde Pública recorda que esta é uma área de estudo ainda recente.
Os resultados foram dados a conhecer no início desta semana na publicação científica digital Environmental Health Perspectives. Euronews/AF