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Quinta, 24 Mai 2018 17:27

Taxa de juro em Angola mantém-se nos 18% há seis meses

O Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu hoje manter inalterada, em 18% ao ano, a taxa de juro base angolana, o que acontece pelo sexto mês consecutivo, mas cortou nas Reservas Obrigatórias em moeda nacional.

As decisões constam da nota oficial sobre a reunião mensal do Comité de Política Monetária (CPM) do BNA, realizada hoje, a qual serve para avaliar os indicadores de crescimento económico e as contas fiscais e monetárias, neste caso de abril de 2018.

Da reunião resultou a decisão de reduzir a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez de 20% para 18%. Em simultâneo foi unificada a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez e a taxa básica de juro, passando a designar-se apenas por Taxa BNA.

"A Taxa BNA passa a refletir o custo efetivo da cedência de liquidez aos bancos comerciais, pelo BNA", refere o mesmo comunicado.

Na prática, a taxa de juro mantém-se nos 18% ao ano.

Esta taxa esteve fixa em 16% até final de novembro último, altura em que aumentou para 18%, por decisão do BNA.

O aumento então definido foi justificado com "os altos níveis de inflação acumulada", o que levou o CPM a concluir pela "necessidade" de tomar "medidas de política monetária com o propósito de reverter o atual processo inflacionista".

Já em abril, a taxa de inflação mensal, medida pelo Índice de Preços no Consumidor Nacional, publicada pelo Instituto Nacional de Estatística, registou uma variação de 1,22%, colocando a inflação acumulada, a 12 meses, nos 20,22%.

A taxa de juro, cujas variações podem servir para controlar a evolução da inflação, esteve fixada até julho de 2014 em 8,75%, após um corte, na altura, de meio ponto percentual.

Aumentou em 2015 para 9%, iniciando então um ciclo de subidas, com três aumentos só em 2016, o último dos quais em junho (do mesmo ano).

O CPM decidiu ainda hoje reduzir o coeficiente das Reservas Obrigatórias em moeda nacional de 21% para 19% e manter inalterada a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez.

"Estas decisões tiveram como fundamento ajustar e melhorar a eficácia dos instrumentos de política monetária, contribuindo para a continuidade do processo de estabilização macroeconómica e solidez do sistema financeiro", lê-se ainda no comunicado final.

O coeficiente das Reservas Obrigatórias em moeda estrangeira mantém-se nos 15%.

Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para cerca de metade desde 2015, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares, cujos preços dispararam.

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