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Sexta, 30 Dezembro 2016 10:37

UNITA define cinco áreas urgentes nas eleições de 2017

A UNITA, o maior partido da oposição angolana, vê como prioritárias para as eleições gerais de 2017 cinco áreas «de urgência», envolvendo os setores da educação, saúde, habitação, emprego e Segurança Social.

A posição foi hoje manifestada pelo presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, em entrevista à Lusa, quando questionado sobre a sua prioridade caso vença as eleições gerais, previstas para agosto.

«Elegemos cinco prioridades que correspondem também a cinco áreas que nós pensamos que precisam de medidas de urgência, como são as áreas da saúde, educação, habitação e emprego, nós precisamos criar empregos para os jovens e cidadãos e precisamos de garantir igualmente a Segurança Social para o cidadão», disse.

São áreas que, afirmou, devem ser tratadas com políticas claras «para mudar o rumo que o país tem tomado».

Sobre a corrupção instalada em Angola, o presidente da UNITA afirma que uma eventual vitória eleitoral não envolverá uma perseguição a elementos do atual regime, apontando antes para a solidificação de um sistema judicial funcional.

«Caso a UNITA vença as eleições, nós não faremos uma caça às bruxas, nós vamos procurar imprimir um sistema de Justiça que funcione, porque só com o sistema judicial funcional se pode impedir que a corrupção continue a alastrar», defende Samakuva.

«Temos também de criar condições para que a mentalidade do cidadão saiba que a corrupção é um cancro que destrói várias áreas do país», acrescentou.

Líder da UNITA desde 2003, ao ser questionado sobre o seu futuro político em caso de derrota eleitoral, Isaías Samakuva refere apenas a UNITA está apostada em vencer em 2017.

«A UNITA é um projeto de sociedade que continua a fazer o seu caminho rumo à condução do país, pensamos que neste momento estamos em condições de vencer as eleições em 2017. Mas se o povo em eleições livres, transparentes, disser que ainda não está convencido, naturalmente a UNITA vai continuar a explicar o seu projeto que na minha maneira de ver é ainda muito melhor do partido que dirige o país», realçou.

Samakuva considera que a alegada transição no seio do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com a anunciada retirada de José Eduardo dos Santos, no poder há 37 anos, «é um processo interno» e que «cabe aos militantes» daquele partido conduzi-lo.

«Todos nós estamos interessados que o processo seja bem conduzido para que não caía numa eventual instabilidade que pode afetar o país», lembrou.

Disse igualmente que apesar de crise económica que também teve reflexos nas ações realizadas pelo partido em 2016, a UNITA registou um crescimento de militantes.

«Este ano nós realizamos várias atividades, mas não com a intensidade e acutilância que nós gostaríamos de ter, devido mesmo ao atual cenário económico do país. Mas ainda assim, devido ao caráter audaz dos nossos programas, registamos um salto qualitativo, basta dizer que de março a novembro a UNITA registou um crescimento de mais de dois milhões de membros confirmados», concluiu.

Sobre a preparação das eleições gerais, o líder da UNITA voltou a criticar o processo, por estar a ser conduzido pelo Governo, através do Ministério da Administração do Território, reclamando da Comissão Nacional Eleitoral de Angola (CNE) maior responsabilidade.

«Pensamos que a integridade e a boa condução do processo eleitoral dependerá significativamente da CNE e a credibilidade dos resultados eleitorais dependera sobretudo da CNE. Os seus dirigentes têm sobre si uma responsabilidade muito grande que pode determinar a estabilidade ou a instabilidade do país nos próximos tempos», afirmou.

Segundo Samakuva, a CNE, que «a princípio devia supervisionar esse processo, não tem se preocupado o suficiente na execução das tarefas que lhes são acometidas», daí que «isso abre espaço para que outras forças interfiram».

«E nós achamos que precisamos de chamar a atenção sobre isso», alertou.

Isaías Samakuva considera mesmo que a CNE está «descoordenada», permitindo «interferências» no processo preparativo das eleições.

«Os meses que nos restam servirão certamente não só para afinar a máquina mas para reunir condições e executar tarefas próprias para a fase», apontou ainda, sobre a preparação interna para as eleições.

Lusa

 

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