O Grupo DT é um consórcio estabelecido entre a multinacional suíça Trafigura e o triunvirato presidencial constituído pelo vice-presidente da República, Manuel Vicente; o chefe da Casa de Segurança do presidente da República, general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”; e o testa-de-ferro do presidente da República, general Leopoldino Fragoso do Nascimento.
Essa medida faz-nos ler a uma nova luz as revelações que o presidente José Eduardo dos Santos partilhou no Comité Central do MPLA, segundo as quais o BNA apenas dispõe de US $300 milhões mensais para as operações com o Orçamento Geral do Estado e com os bancos comerciais.
“Afirmei há poucos dias que o Governo não está a receber receitas da Sonangol desde o princípio do ano, por causa da baixa significativa do preço do petróleo, pois as receitas que são arrecadadas mal chegam para pagar as dívidas contraídas pelo Estado e pela própria Sonangol”, disse José Eduardo dos Santos no seu discurso.
Segundo o presidente, “o Banco Nacional de Angola tem feito a gestão das receitas em divisas que provêm da venda de divisas que as empresas petrolíferas estrangeiras efectuam para obter kwanzas para os pagamentos das suas despesas em Angola”.
No mesmo discurso, José Eduardo dos Santos referiu que “este valor ronda em média os 300 milhões de dólares por mês, o que é manifestamente insuficiente para as necessidades dos bancos e para o Orçamento Geral do Estado”.
Ou seja, dos US $300 milhões, US $100 milhões vão para o consórcio que beneficia os principais dirigentes do regime. O país fica com dois terços e o triunvirato e seus sócios estrangeiros ficam com um terço.
De acordo com informações recolhidas pelo Maka Angola junto do BNA, a filha do presidente, Isabel dos Santos, instruiu o governador Valter Filipe para que garantisse automaticamente os pagamentos até o mesmo de Dezembro. A dívida da Sonangol à DT Trafigura ascende a um bilião de dólares.
Valter Filipe foi recentemente nomeado governador do BNA por indicação do general Leopoldino Fragoso do Nascimento. Aquilo que o círculo do presidente espera deste novo governador é sobretudo que garanta a cobertura cega de todas as operações privadas emanadas do palácio presidencial.
Maka Angola
