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Segunda, 05 Outubro 2015 20:47

Agressões, destruição e uma centena de detidos em greve de taxistas

Mais de cem cidadãos foram detidos hoje pela Polícia Nacional de Angola na sequência de uma greve de taxistas iniciada durante a manhã, em Luanda, e que resultou em agressões e destruição de viaturas.

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia, inspetor-chefe Mateus Rodrigues, disse que a greve visava apresentar junto do Governo Provincial de Luanda algumas reclamações dos taxistas - transporte público informar -, como a falta de paragens e necessidade de subida das tarifas, devido aos vários aumentos dos combustíveis do último ano.

Segundo Mateus Rodrigues, a reclamação teve lugar, mas alguns taxistas alteraram a ordem e tranquilidade pública, tendo sido a polícia chamada a intervir.

"Nas suas ações partiram vidros de algumas viaturas, causaram danos materiais, agrediram algumas pessoas, causaram ofensas corporais, é neste segundo momento que a polícia é chamada", disse o porta-voz do comando provincial.

Mateus Rodrigues sublinhou que com a intervenção da polícia, foram detidas algumas pessoas, cujos aspetos processuais estão em curso para serem presentes a tribunal.

"Não podemos adiantar ainda o número de pessoas, porque as atividades continuam, neste momento temos equipas no terreno, mas é um número superior a dez elementos", frisou.

O responsável garantiu que a situação neste momento é calma, tendo já sido reposta a legalidade em várias zonas da capital angolana.

Para o porta-voz do comando provincial de Luanda da Polícia, as declarações públicas dos líderes das duas associações de taxistas, demarcando-se da greve e reprovando o ato, contribuiu para a acalmia da situação e para o regresso à normalidade.

"Vamos continuar [no terreno] até que a situação esteja completamente calma, já não é a mesma situação do início da manhã, já conseguimos repor a legalidade em algumas zonas, mas ainda existem alguns pontos em que esses desordeiros persistem e nós estamos no encalço deles, até que cesse completamente a situação", disse.

A Associação de Taxistas de Luanda apresenta na terça-feira no governo provincial da capital angolana as conclusões do encontro realizado segunda-feira com os associados, na sequência de uma greve que esta manhã terminou em confrontos e detenções.

O presidente da Associação de Taxistas de Luanda, Manuel Faustino, disse que no encontro foram levantadas preocupações que são já do conhecimento das autoridades, nomeadamente a necessidade de aumento das tarifas — inalteradas apesar de sucessivos aumentos dos combustíveis, a indicação de paragens, a cobrança de multas arbitrárias pela polícia, bem como de “gasosas” (subornos).

Manuel Faustino disse que não é possível garantir que o cenário não se repita na terça-feira, mas estão a ser feitos apelos nos meios de comunicação social para iniciarem as atividades normais até sexta-feira, dia em que se espera uma resposta às reivindicações.

“Luanda é grande, em algumas artérias podemos até dizer que sim (não se vai verificar o ocorrido hoje), mas no seu todo não podemos garantir. Vamos apelar através das rádios e televisão para levarmos a informação de que amanhã podem começar num período de até sexta-feira. Se até sexta-feira nada sair as coisas voltam à ribalta”, frisou Manuel Faustino.

Lusa | AO24

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