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Quinta, 19 Fevereiro 2015 21:40

Casa de ativista da OMUNGA assaltada por homens com revólver e metralhadora

Na madrugada de quarta feira, 18 de Fevereiro, por volta das 3 horas da madrugada, dois indivíduos usando a farda do exército nacional e fazendo uso de uma metralhadora AKM e de um revolver, iniciaram a ação de assalto à residência do coordenador da OMUNGA, de acordo às informações prestadas pelo Manel que se encontrava de guarda às instalações da OMUNGA.

É importante recordar que os escritórios da OMUNGA localizam-se na parte traseira da residência onde habita José Patrocínio.

 

De acordo ainda às informações do Manel, os dois indivíduos vieram a pé, pela rua que limita a Academia Militar, no Bairro da Luz, perto da porta de armas, e dirigiram-se de imediato à residência.

 

O que se acompanhava da metralhadora ficou encostado a uma viatura que se encontrava estacionada de fronte à casa, enquanto o outro avançou até à entrada do quintal que dá acesso às traseiras e aos escritórios da OMUNGA.

 

Foi aí que encontrou o Manel que estava de serviço e cumprimentou-o – boa noite. O Manel respondeu – bom dia. Ai já é dia, atira o fardado e continua – você é que é o guarda desta casa? O Manel respondeu – Sim e o que quer? É nesta altura que o fardado puxa da pistola pondo bala na câmara e apontando para o Manel diz – Ainda perguntas o que eu quero? Fica de pé. Ao mesmo tempo o outro fardado que ficara de alerta põe também bala na câmara da AKM e avançam juntos contra o guarda. Aqui esbofetearam o guarda e obrigaram-no a ir-se embora, tendo este ficado a certa distância observando.

 

De acordo ao Manel os mesmos permaneceram no espaço por volta de meia hora tendo depois se retirado calmamente a pé na direcção oposta da rua.

 

É nessa altura que o Manel retorna ao local e desperta o coordenador da OMUNGA que se encontrava a dormir na sua residência, para contar o ocorrido e questionar se não tinha sofrido alguma ação dos meliantes.

 

Foi assim que se deu conta que havia a janela arrombada e tinham desaparecido da casa do coordenador da OMUNGA a câmara fotográfica e o telefone que se encontravam em cima da mesa de trabalho.

 

A casa não foi remexida nem mais nada desapareceu. O pequeno gerador ficou no quintal. Apenas a câmara fotográfica e o telefone da movicel tipo android foram à vida.

 

Será importante recordar que a 22 de Dezembro, José Patrocínio foi brutalmente retido dentro da referida Academia Militar enquanto Alexandra de Vitória Pereira fora agredida pelos militares por apenas terem estacionado a viatura frente à referida unidade militar. Nessa altura a OMUNGA endereço uma carta ao Comandante da referida instituição a exigir os devidos esclarecimentos e responsabilização. Sem resposta até hoje.

 

A pergunta fica no ar. Que proteção garante esta academia militar dentro do Bairro da Luz se os seus militares agridem pacatos cidadãos e deixam circular meliantes fardados e com metralhadoras pelas ruas? Afinal o que pretendiam estes presumíveis meliantes? Vieram directamente à residência, a pé, fardados e com arma de guerra e só levaram a câmara fotográfica e o telefone!

 

A queixa avança junto da investigação criminal e demais instituições.

 

Outros incidentes

 

O ativista prefere não tirar conclusões precipitadas, mas duvida que este se trate de um assalto levado a cabo por "bandidos normais".

 

O roubo ocorre dois meses depois de o coordenador da OMUNGA ter sido retido por militares afetos a uma Academia Militar. Na altura, José Patrocínio saiu em defesa de uma amiga, Alexandra de Vitória Pereira, que fora agredida pelos militares por ter estacionado a sua viatura em frente àquela unidade militar.

 

Patrocínio estranha a atitude dos dois indivíduos, que, segundo ele, se dirigiram diretamente à residência para o assalto. "Mesmo encontrando um guarda, eles assaltaram e, depois de tudo isso, levaram apenas equipamento – a máquina fotográfica e o telefone."

 

Intimidação

 

O ativista refere que já endereçou uma participação às autoridades policiais dando conta da ocorrência.

 

Segundo José Patrocínio, os membros da associação OMUNGA e da sua família sentem-se intimidados. Este assalto "intimidou as pessoas aqui à volta e está a intimidar muitas outras pessoas. Isto cria um clima bastante chato."

DW Africa | OMUNGA

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