A informação conta de um despacho conjunto a que a Lusa teve acesso, esta quarta-feira, assinado pelos ministros do Interior, da Administração do Território, da Justiça e dos Direitos Humanos e da Cultura de Angola.
Em causa, lê-se no documento, está a "necessidade de averiguar as alegações de práticas contrárias à ordem pública, no seio da Igreja de Jesus Cristo do Espírito da Verdade - BIMA", instalada em Cabinda. Uma situação que "põe em causa os princípios, direitos, liberdades e garantias fundamentais da ordem constitucional angolana", acrescenta.
Este despacho, publicado a 2 de setembro, define que a comissão, criada "imediatamente" deverá apresentar um relatório final dentro de 20 dias, instaurando entretanto "um inquérito com objetivo de apurar a veracidade dos factos imputados à referida igreja", podendo "solicitar a colaboração" do magistrado do Ministério Público.
O documento não concretiza as alegações que pendem sobre esta organização religiosa. No entanto, ao longo dos últimos meses, têm sido relatados vários diferendos entre as autoridades angolanas e as Igrejas instaladas naquela província, no norte do país.
Cerca de 80 igrejas e seitas religiosas tiveram mesmo ordem para cessar a atividade, alegando as autoridades angolanas que funcionam de forma ilegal, sem autorização, alvo ainda de acusações de apoio à imigração ilegal ou de contribuírem para a desagregação de famílias.
LUSA