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Sexta, 20 Junho 2014 07:55

Habitar no centro de Luanda apenas ao alcance das classes mais altas

As habitações do centro de Luanda só estão ao alcance das classes angolanas mais altas, mas as compras já só acontecem com casas acabadas e não ainda na fase de projeto, como antes, revela um estudo hoje divulgado.

A informação consta do sexto estudo consecutivo da Proprime, empresa de Direito angolano, que se dedica à avaliação do setor imobiliário no país.

O estudo, hoje apresentado em Luanda, refere que o mercado imobiliário angolano experimenta novamente uma fase de elevado crescimento, depois de um abrandamento do ritmo de desenvolvimento, fruto da crise financeira mundial.

Os segmentos habitacional, de escritório, turismo, comércio e indústria, em Luanda, capital de Angola, em Benguela e Lobito, foram analisados por este estudo.

O documento conclui que, na área de mercado, os segmentos de habitação e escritórios continuaram este ano a ser os mais ativos, "embora as oportunidades de investimento sejam também muito claras em mercados como o de retalho ou de imobiliário industrial".

Na classe da habitação, o estudo confere que também começam a surgir diversos projetos destinados às classes com rendimentos mais baixos, comparticipados pelo Estado, como são os casos das novas centralidades do Kilamba, Km 44 em Catete, Zango, Musseque Capara e Cacuaco, Luanda.

O novo paradigma na aquisição das habitações, apenas depois do produto acabado, é explicado pelo estudo com a falta de liquidez do mercado, mas também com o surgimento de um consumidor mais exigente e prudente.

Para já, os segmentos média-alta e alta continuam a concentrar as vendas de habitação no centro de Luanda, segundo o estudo, revelado numa cerimónia que envolveu ainda a apresentação de temas ligados aos "Novos Veículos de Investimento no Setor Imobiliário em Angola".

No plano dos escritórios, a baixa de Luanda continua a liderar a oferta, embora a zona de Talatona, nos arredores a sul da capital, seja cada vez mais uma alternativa para muitas empresas.

Nos próximos anos, estima o estudo, a oferta e a procura podem atingir um maior equilíbrio, assistindo-se assim a uma "normalização" dos valores de mercado. Atualmente, quer o da renda, quer o da venda apresentam uma tendência de estabilização.

No que se refere ao comércio, a análise da Proprime dá conta que faltam conjuntos comerciais integrados para satisfazer a procura das classes emergentes e especialmente espaços que agreguem marcas internacionais.

"Em termos de nova oferta, a requalificação da Baía de Luanda deverá motivar a promoção de diversos novos projetos de retalho integrados e modernos", salienta o documento.

Em declarações à imprensa, à margem da cerimónia, o diretor-geral da Proprime, Nelson Rêgo, afirmou que o mercado imobiliário angolano entra agora numa fase de maior profissionalismo.

"Isto acontece porque os veículos dos fundos de investimento mobiliário são seguramente o mecanismo que faltava para tornar o acesso ao crédito mais barato e, por conseguinte, o que é o segmento habitacional poder vir chegar às pessoas a um preço mais ajustado à realidade económica dessas mesmas pessoas", referiu Nelson Rêgo.

LUSA

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