A informação consta do sexto estudo consecutivo da Proprime, empresa de Direito angolano, que se dedica à avaliação do setor imobiliário no país.
O estudo, hoje apresentado em Luanda, refere que o mercado imobiliário angolano experimenta novamente uma fase de elevado crescimento, depois de um abrandamento do ritmo de desenvolvimento, fruto da crise financeira mundial.
Os segmentos habitacional, de escritório, turismo, comércio e indústria, em Luanda, capital de Angola, em Benguela e Lobito, foram analisados por este estudo.
O documento conclui que, na área de mercado, os segmentos de habitação e escritórios continuaram este ano a ser os mais ativos, "embora as oportunidades de investimento sejam também muito claras em mercados como o de retalho ou de imobiliário industrial".
Na classe da habitação, o estudo confere que também começam a surgir diversos projetos destinados às classes com rendimentos mais baixos, comparticipados pelo Estado, como são os casos das novas centralidades do Kilamba, Km 44 em Catete, Zango, Musseque Capara e Cacuaco, Luanda.
O novo paradigma na aquisição das habitações, apenas depois do produto acabado, é explicado pelo estudo com a falta de liquidez do mercado, mas também com o surgimento de um consumidor mais exigente e prudente.
Para já, os segmentos média-alta e alta continuam a concentrar as vendas de habitação no centro de Luanda, segundo o estudo, revelado numa cerimónia que envolveu ainda a apresentação de temas ligados aos "Novos Veículos de Investimento no Setor Imobiliário em Angola".
No plano dos escritórios, a baixa de Luanda continua a liderar a oferta, embora a zona de Talatona, nos arredores a sul da capital, seja cada vez mais uma alternativa para muitas empresas.
Nos próximos anos, estima o estudo, a oferta e a procura podem atingir um maior equilíbrio, assistindo-se assim a uma "normalização" dos valores de mercado. Atualmente, quer o da renda, quer o da venda apresentam uma tendência de estabilização.
No que se refere ao comércio, a análise da Proprime dá conta que faltam conjuntos comerciais integrados para satisfazer a procura das classes emergentes e especialmente espaços que agreguem marcas internacionais.
"Em termos de nova oferta, a requalificação da Baía de Luanda deverá motivar a promoção de diversos novos projetos de retalho integrados e modernos", salienta o documento.
Em declarações à imprensa, à margem da cerimónia, o diretor-geral da Proprime, Nelson Rêgo, afirmou que o mercado imobiliário angolano entra agora numa fase de maior profissionalismo.
"Isto acontece porque os veículos dos fundos de investimento mobiliário são seguramente o mecanismo que faltava para tornar o acesso ao crédito mais barato e, por conseguinte, o que é o segmento habitacional poder vir chegar às pessoas a um preço mais ajustado à realidade económica dessas mesmas pessoas", referiu Nelson Rêgo.
LUSA