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Sábado, 17 Mai 2014 18:35

Fiéis de seita religiosa angolana deixam casas para fugir ao Censo

Fiéis de uma seita religiosa da província do Huambo abandonaram as casas nos últimos dias, situação que a comunicação social angolana explica como uma tentativa de fugir aos recenseadores que trabalham na contagem da população do país.

O Censo Geral da População e Habitação, o primeiro desde a independência de Angola, arrancou às 00:00 de sexta-feira e mobiliza mais de 100 mil pessoas em todo o país.

Vários fiéis da seita religiosa "Calupeteka" dos municípios do Londuimbali e Mungo, província do Huambo, abandonaram as respetivas residências nos últimos dias, ainda com paradeiro desconhecido, alegadamente por "orientação dos seus líderes", segundo constatou hoje no terreno a agência de notícias angolana Angop.

A justificação desta fuga com a realização do Censo é partilhada pelo governador da província do Huambo, Guilherme Tuluka, que já esclareceu que este recenseamento - de resposta obrigatória por Lei - não visa represálias sobre a religião dos cidadãos.

"O Estado angolano é laico e nenhum cidadão foi preso ou vai ser por ter revelado a sua crença religiosa, mas vemos nesta igreja uma certa imaturidade em passar essa mensagem para os seus membros, quando devia ser ao contrário", disse o governador, à imprensa local.

Numa mensagem dirigida à nação na sexta-feira, o Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, apelou aos residentes para colaborarem no processo de recenseamento geral da população e habitação.

"Este trabalho é importante e muito necessário para que o Governo possa tomar medidas para melhorar a organização do comércio, dos transportes, da agricultura, da saúde, da educação, da distribuição de água e de energia e criar melhores condições de vida em todas as cidades, vilas, aldeias e povoações", lembrou o Presidente angolano.

A operação de recenseamento está no terreno até 31 de maio, envolvendo, durante 15 dias, mais de 105 mil pessoas. A última contagem semelhante aconteceu há 44 anos, antes portanto da independência de Angola, em 1975.

Estima-se que a população angolana seja, na atualidade, superior a 21 milhões de pessoas.

Nas últimas horas, conforme a agência Lusa constatou, multiplicaram-se pelas ruas de Luanda agentes do Censo, identificados com camisolas, bonés e um saco de cor laranja, alusivos também ao Instituto Nacional de Estatística de Angola.

Esta entidade coordena aquela que será a operação mais mobilizadora da sociedade angolana desde o fim da guerra e que envolve todo o tipo de meios de transporte para levar os recenseadores ao terreno.

Lusa

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