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Sexta, 27 Julho 2018 15:55

Isabel dos Santos questiona decretos que revogam contratos "apenas" das suas empresas

A empresária angolana Isabel dos Santos disse em entrevista à Radio MFM, em Luanda, nesta sexta-feira, 27, não entender como é que mesmo existindo vários empresários no país apenas são revogados os decretos de adjudicação de obras referentes às empresas dela.

A filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos citou como exemplo o cancelamento do projecto do porto do Dande e Caculo Cabaça.

“Nós tomamos conhecimento do decreto recente de que a empresa do Caculo Cabaça foi excluída. Há várias outras empresas e não se revogam, só se fala de uma única empresária", disse Santos na entrevista.

A empresária reiterou não estar a afrontar o Estado angolano e que quer ver resolvidos esses pendentes junto das autoridades angolanas.

Ainda em declarações à Rádio MFM salientando que houve transparência e que cumpriu com a legislação angolana. Isabel dos Santos afirmou ainda que "o processo de concessão e da obra pública são totalmente diferentes, sendo que a concessão não carece de concurso público".

"Sou angolana e vou continuar a investir em Angola", assegurou Isabel dos Santos.

Isabel dos Santos disse ainda não entender o motivo de, em Angola, apontarem o dedo unicamente à empresária: "em Angola temos vários grupos económicos, como o grupo da COSAL. Não temos somente dois bancos, BIC e BFA, temos 30 bancos. Existem em Angola mais de 50 empresas de construção civil, não sou accionista dessas, e construíram estradas. Não vejo a revogação desses contratos. Temos dois terminais portuários e não vejo a revogação dessas concessões", frisou.

O comunicado afirmava ainda que "o que fica evidente é que a sociedade Atlantic Ventures terá sido especificamente criada como intermediária para a concessão do projecto do Porto da Barra do Dande, o que encareceria o próprio projecto, cuja execução seria feita por outras entidades estrangeiras não vinculadas ao Estado angolano com todos os riscos de incumprimento das obrigações contratuais".

O Governo acusou recentemente a companhia Atlantic Ventures de fazer declarações falsas e de não ter qualquer capacidade financeira ou técnica para levar a cabo o projecto de construção da Barra do Dande.

A empresária de 44 anos respondeu que "esse trabalho envolveu a melhor empresa de pontes do mundo, a Royal Scomning, que já desenvolveu vários projectos no mundo como o porto de Dubai, de Hong Kong, de Singapura e de Roterdão. Foi esta a empresa que estava a trabalhar com o ministério dos Transportes para desenvolver o projecto técnico que durou 2 anos".

Em comunicado, o Ministério dos Transportes considerou serem falsas as declarações da Atlantic Ventures - holding aparentemente ligada a Isabel dos Santos.

Em comunicado, o Ministério dos Transportes angolano considerou serem falsas as declarações da Atlantic Ventures, holding aparentemente ligada a Isabel dos Santos, filha do ex Presidente Eduardo dos Santos.

O Ministério indica ainda que a companhia poderá ter sido criada para ser apenas um veículo para outros interesses.

A Atlantic Ventures está aparentemente ligada a Isabel dos Santos embora o seu nome não conste da lista de quatro accionistas, que terão investido um total de quatro milhões de kwanzas, cerca 15 mil dólares na sua criação. 

Apesar de não assumir, taxativamente, a participação na Atlantic Ventures, Isabel dos Santos esclarece que os nomes recém-divulgados pelo Ministério dos Transportes, como parte da estrutura accionista da empresa, são, na realidade, elementos com ligações jurídicas à firma.

"Os nomes das pessoas citadas no comunicado de imprensa do Ministério dos Transportes são advogados e fiduciários que trabalharam na incorporação da Atlantic Ventures, são fornecedores de serviços jurídicos ao grupo de investidores", clarificou a bilionária.

Em causa estão Fidel Kiluange Assis Araújo, António Silvino Duarte, Neusa e Silva Inglês Soule, António Yuri Augusto e Noémia da Luz Reis, pessoas que, segundo a instituição titulada por Ricardo Viegas d"Abreu, "é do conhecimento público que não têm sequer qualquer experiência nas actividades concessionadas". VOA/NJ

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