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Segunda, 09 Julho 2018 16:26

Polícia e família Chivukuvuko divergem sobre a morte de funcionário da PGR

Os familiares de Lucas Chivukuvuko, 32 anos, funcionário da Procuradoria Geral da República junto ao Serviço de Investigação Criminal, e a Polícia Nacional apresentam versões contrárias sobre o seu passamento físico, ocorrido no dia 5.

Em entrevista à Rádio Ecclésia, Abel Chivukuvuko, tio da vítima, terá aventado a possibilidade de ele ter sido sido assassinado porque estava alegadamente a investigar casos de corrupção ao mais alto nível. Contrariando, deste modo, a versão de que ter a morrido em consequência de um acidente de viação como alega a Polícia, num comunicado de imprensa divulgado hoje, com a data de Domingo.

O jovem Lucas, filho de Américo Chivukuvuku, foi dado como desaparecido na Quinta-feira e encontrado morto, com sinais de espancamento, na morgue do Hospital Maria Pia.

O Comando Provincial de Luanda da Policia Nacional diz que o acidente ocorreu por volta das 20h00, por dispiste e consequente tombamento da viatura Toyota Hiace, de cor azul e branca (Táxi), com a matrícula LD-41-01-FQ.

A viatura era conduzida por João Catarina Eduardo, de 29 anos, com uma Taxa de Álcool no Sangue (TAS) de 1.05gls. Segundo a nota, ao descrever a rotunda por baixo do viatudo da Unidade Operativa de Luanda/Deolinda Rodrigues, no sentido poente, perdeu os travões e ao tentar dominar o veículo, embateu no lancíl o que originou o tombamento da viatura.

“Como consequência do acidente, um dos ocupantes (na altura da ocorrência não identificado por não se fazer acompanhar de qualquer tipo de identificação) acabou por perder a vida ainda no local”, lê-se no documento.

A Polícia diz ainda que Lucas saltou do veículo, por precipitação, e acabou por morrer.

Além dele, uma cidadã, identificada por Jacira Samba Gonçalves Ambriz, de 22 anos, ficou ferida.

O motorista encontra-se detido e deverá ser presente hoje ao Ministério Público para os devidos procedimentos legais e o veículo está retido na Unidade de Trânsito.

Médico-legista aponta inconsistências na versão policial sobre morte de sobrinho de Abel Chivukuvuku

A explicação da Polícia Nacional para a morte de Lucas Chivukuvuku, sobrinho do presidente da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, apresenta várias inconsistências, revelou ao NJOnline fonte da equipa de médicos-legistas do Hospital Josina Machel.

A informação prestada hoje pela Polícia Nacional, de que Lucas Chivukuvuku morreu na sequência de um acidente de viação, e não vítima de um assassinato como tem sido divulgado nas redes sociais, não bate certo com as marcas encontradas no cadáver pela equipa clínica do Hospital Josina Machel.

Segundo explicou ao NJOnline um dos médicos-legistas dessa unidade de Saúde, que teve acesso à autópsia, "o forte embate na região craniana" sofrido pela vítima é inconsistente com a teoria, apresentada pela Polícia, de que saltou do táxi, quando o mesmo seguia desgovernado.

Assumindo a possibilidade de Lucas Chivukuvuku ter morrido na sequência de um acidente de viação, o especialista defende que as mazelas apresentadas indicam que "parece ter sido atropelado por um camião".

Paa além de duvidar da versão policial, o médico-legista garante que a Polícia não fez a reconstituição do acidente no local, no sentido de averiguar como é que a vítima terá caído e a que velocidade o suposto taxista seguia quando se deu o despiste.

"Nada disso consta do relatório médico, porque a vítima foi recolhida como desconhecida na via pública e encaminhada para a câmara cinco (área dos perdidos e achados) da morgue central de Luanda", precisou o clínico.

O NJOnline continua a tentar ouvir, desde esta manhã, o líder da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, que terá dito que o sobrinho, no âmbito das suas responsabilidades na Procuradoria-Geral da República, estava a ser fortemente pressionado "para adulterar processos", acrescentando mesmo que no dia da sua morte levou para casa vários processos, que deveriam conduzir ao bloqueio de contas bancárias de algumas figuras sob investigação na PGR.

Questionada pelo NJOnline sobre esta informação, fonte da PGR confirmou que a vítima trabalhava na instituição, escusando-se a prestar mais dados. OPAIS/NJ

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