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Terça, 20 Fevereiro 2018 10:44

Nova embaixadora dos EUA lembra que regresso dos dólares só depende de Angola

A nova embaixadora dos EUA em Angola, Nina Maria Fite, recordou, à margem da cerimónia de apresentação das cartas credencias do novo corpo diplomático no país, realizada na passada sexta-feira, 16, que o regresso dos bancos correspondentes norte-americanos ao país – e consequentemente dos dólares -, só depende de Angola.

Nina Maria Fite, que substitui Helen La Lime no cargo de embaixadora dos EUA, regressa ao país mais de uma década depois de ter ocupado, entre 2005 e 2007, o posto de chefe de secção política e económica da representação diplomática norte-americana em Luanda.

Falando à margem da cerimónia de entrega das cartas credenciais ao Presidente da República, realizada na passada sexta-feira, 16, com a presença de outros 11 embaixadores, a diplomata recordou que o regresso dos dólares ao sistema financeiro nacional está nas mãos de Angola.

“Tudo depende do clima em Angola”, sublinhou Nina Fite, explicando que a “luta contra a corrupção e a [adopção de] medidas com mais transparência”, têm de ser uma realidade “antes que os bancos” americanos possam voltar ao país.

No cenário actual, sem acordos com bancos correspondentes internacionais devido às dúvidas sobre o cumprimento de regras internacionais por Angola, os bancos comerciais do país apenas conseguem comprar divisas ao Banco Nacional de Angola (BNA), agravando a crise financeira e económica decorrente da quebra nas receitas fiscais com a exportação de petróleo.

Assistência técnica do FMI durante dois anos

O cenário complicou-se a partir de 2015, quando a má imagem externa da banca angolana colocou o país na lista “cinzenta” do GAFI – classificação que se traduziu na debandada dos bancos correspondentes que operavam no sistema nacional e na crescente dificuldade de acesso a dólares

Para inverter este quadro, o BNA anunciou, em Outubro do ano passado, que vai receber assistência técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) durante dois anos, no âmbito do plano de adequação do sistema financeiro angolano às normas e boas práticas internacionais, processo que permitirá retomar as relações com os bancos correspondentes e, com isso, resgatar as operações em dólares.

Segundo um comunicado divulgado na altura pelo banco central, o FMI vai apoiar Angola no “fortalecimento da supervisão bancária e prevenção do branqueamento de capitais e combate ao financiamento do terrorismo”, tendo em vista o regresso dos bancos correspondentes ao país.

Com a assistência técnica da instituição financeira, que poderá extensiva à Unidade de Informação Financeira (UIF), o BNA fica mais perto de garantir o reconhecimento como autoridade monetária de supervisão, estatuto que permitirá recuperar a credibilidade perdida e desbloquear o acesso a divisas. NJ

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