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Quinta, 09 Novembro 2017 10:23

A vingança de Carlos Saturnino

Secretário de estado dos Petróleos terá começado a “vingar-se” pela ostracização que sofreu após ter sido exonerado do cargo de director da Sonangol P&P

A presidente do Conselho de Administração já não sabe o que fazer, tal a pressão que nos últimos dias vem sofrendo das mais variadas procedências. Fonte do Correio Angolense assegurou que a diligência que fez junto da tutela não resultou em grandes benefícios para o seu lado.

Após ter sido recebida em audiência pelo ministro Diamantino de Azevedo no passado dia 3, ontem mesmo, terça-feira, 07, realizou-se uma reunião da “task force” criada pelo novo Presidente da República com a missão de apresentar, em trinta dias, um diagnóstico integral do sector da indústria do petróleo e gás. Não foi possível apurar se a própria Isabel dos Santos esteve presente na reunião, mas certo é que, segundo a fonte, a jornada foi extremamente embaraçosa para a comitiva da Sonangol.

Para começo de conversa, de acordo com as fontes, foi chumbado o parecer técnico que a Sonangol levou à mesa dessa reunião que terá tratado de ver sobretudo as divergências de pagamentos e afins existentes entre as operadoras petrolíferas estrangeiras e a concessionária nacional. “Pesaram fundamentalmente as observações contra das finanças da tutela e das operadoras”, assegurou a fonte.

Outro contratempo desmoralizador para as hostes de Isabel dos Santos reside no facto de os membros recentemente nomeados para o Conselho de Administração da Sonangol serem tidos como “ilegais” por alegadamente ainda não terem sido empossados.

Neste aspecto, o secretário de Estado Saturnino teve uma actuação de autêntico verdugo, como que a “vingar-se” pela ostracização de que foi alvo no decurso da sua exoneração do cargo de director da Sonangol Pesquisa & Produção, naquela que foi das mais rumorosas defecções e purgas realizadas por Isabel dos Santos aos antigos gestores da petrolífera nacional.

Presente na reunião, Ivan de Almeida, um dos três administradores recém-nomeados, acabou por pagar o pato. “O Saturnino vai fazer a Isabel chorar. Ontem perante a indústria petrolífera, durante a intervenção do Ivan de Almeida, pediu ao senhor para identificar-se e que informasse aos demais a data e local em que teria sido empossado no cargo de Administrador da Sonangol. Na ausência de uma resposta credível, [Carlos Saturnino] informou o senhor Ivan que ele estava de forma “ilegal” [no Conselho de Administração da Sonangol]”, declarou a fonte deste jornal.

Recorde-se que esta questão da legalidade ou ilegalidade da actual equipa de administradores da Sonangol tem estado a levantar enorme controvérsia na opinião pública. Os novos administradores, embora nomeados desde 21 de Agosto último, continuam num contexto de ilegitimidade por, formalmente, não terem sido empossados.

Coloca-os “fora da lei” um decreto presidencial exarado há sete anos, mais concretamente a 25 de Agosto de 2010, e mandado publicar em Diário da República por José Eduardo dos Santos. Sobre essa matéria, os termos desse decreto são taxativos: “a nomeação para um cargo executivo só produz efeitos depois da tomada de posse”.

A forma totalmente ríspida como se revelou o secretário de Estado dos Petróleos Carlos Saturnino pode ter sido impulsionada pelo facto dele eventualmente também saber que a sua posição é ressalvada pelo resto da tutela e, possivelmente, por outras entidades acima..(Correio Angolense)

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