O advogado Pedro Capracata admite também a hipótese de "motivos domésticos" para o crime e destaca que a polícia omitiu de início a existência de um segundo corpo no carro onde a jornalista foi morta, frisando que isso suscita suspeitas.
Igualmente suspeitas são as circunstâncias em que o corpo de Muxito foi trasladado de Luanda para a província de Malanje.
Beatriz foi morta com um tiro de pistola e Muxito com três. Recorde-se que a vítima, separada há um ano do marido, terá sido raptada na quarta-feira, dia 25, quando seguia no carro com os dois filhos e com Muxito.
As crianças terão assistido ao crime antes de serem libertadas na via pública. Os cadáveres foram encontrados no dia seguinte dentro do carro.
Enterros
Os restos mortais da ex-apresentadora da Televisão Pública de Angola (TPA), Beatriz António Salgado Fernandes, foram ontem, a enterrar no Cemitério Alto das Cruzes, em Luanda.
Familiares, colegas de trabalho e amigos assistiram ao funeral, tendo considerado que o seu passamento físico constitui uma perda irreparável para a comunicação social, em geral, e a TPA, em particular, pois, em vida, soube dedicar-se ao trabalho e a família com espírito de sacrifício e total entrega.
Para o presidente do Conselho da Administração da TPA, Helder Bárber, a falecida era empenhada nas actividades para as quais era chamada a executar e o fazia com zêlo e dedicação, descreveu-a como uma voluntariosa e dedicada.
Por sua vez, a secretária de Estado da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Ruty Michingi, lamenta a perda humana e pediu uma reflexão da sociedade arespeito das pessoas que envergam por caminhos menos bons.
Na ocasião, foi também encontrado o corpo do cidadão identificado por Muxito Jomance sepultado, segunda-feira, no Cemitério da Kafuma, na província de Malange.
De referir que os Serviços de Investigação Criminal (SIC) detiveram já quatro elementos, incluindo estrangeiros, suspeitos de participarem no duplo assassinato qualificado. (CM\Angop)
