Após um debate sobre o “Futuro de Angola”, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, o jornalista e ativista Rafael Marques disse, à euronews, que está cético sobre a decisão da UNITA, o maior partido da oposição, de apresentar recurso em tribunal sobre os resultados das eleições de 23 de agosto, que deram a vitória ao MPLA, com 61% dos votos.
Eleições em Angola: novo ciclo ou manutenção da corrupção? pic.twitter.com/9anrU73ifh
— Angola 24 Horas (@Angola24horas) 8 de setembro de 2017
“Não havia necessidade de o partido no poder ganhar sem contar os votos, que é um princípio básico de qualquer processo eleitoral. O recurso ao Tribunal Constitucional não terá grande efeito porque, pela maioria qualificada do MPLA nas eleições anteriores, a maioria dos juízes já foram assessores do Presidente José Eduardo dos Santos”, explicou o jornalista.
O ativista também duvida da capacidade do Presidente eleito, o general João Lourenço, para fazer as reformas necessárias.
“João Lourenço tem duas escolhas: ou quebra o status quo do seu próprio partido e os interesses económicos da família presidencial, e alguns dos seus próprios interesses económicos, ou acaba por manter o status quo e tem a revolta da população”, disse Rafael Marques.
A embaixadora de Angola junto da União Europeia, Elizabeth Simbrão, considera que tanto a UNITA, como os outros partidos da oposição, não têm bases suficientes para contestar os resultados.
″Falta de credibilidade de eleições fragiliza novo Presidente angolano″ | #Angola | DW | 07.09.2017 https://t.co/Pr9pkadmEn
— (((Ana Gomes, MEP))) (@AnaGomesMEP) 8 de setembro de 2017
“Dizem que até fizeram contagens paralelas, então deviam mostrar esses resultados para poder ser aferido se, realmente, existe desconformidade ou irregularidades. Mas não apresentaram”, disse Elizabeth Simbrão.
A representante diplomática também desvaloriza as acusações sobre corrupção naquela que é a terceira maior economia de África.
EUA felicitam Angola e consideram ordeiras e históricas as eleições de 23 de Agosto. #mpla pic.twitter.com/GljimfsH7B
— MPLA - Sede Nacional (@MPLAoficial) 8 de setembro de 2017
“O poder corrompe, dizer que há corrupção aqui…. será que outro partido no poder também não se poderia corromper? O poder corrompe, em todo o mundo nós vemos isso. O objetivo deste novo governo é corrigir o que está mal”, acrescentou a embaixadora.
Euronews