Discursando na reunião do Comité de Ministros da Defesa dos Países da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), antecedida de encontro dos Chefes de Estado-Maiores Generais da organização, João Lourenço referiu tratar-se de um processo que visa a consolidação da democracia em Angola.
Informou que já foram entregues as candidaturas dos partidos políticos para o pleito eleitoral, convocado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Por outro lado, o governante reafirmou a completa disponibilidade de Angola trabalhar, com elevado engajamento, para a paz e estabilidade na Região dos Grandes Lagos.
Declarou que Angola quer contribuir para que a região deixe de ser palco de violência, passando a ser um espaço de crescimento, de desenvolvimento económico e social e de harmonia entre os seus povos.
O ministro apelou para a contínua coordenação de esforços e busca de soluções, para se evitar que o conflito na República Democrática do Congo (RDC) afecte toda a região dos Grandes Lagos.
Afirmou que a situação na RDC "constituí um problema muito sério", tal como provam os actuais desenvolvimentos de violência nas regiões do Cassai e Cassai Central, que resultaram em crises migratórias, sanitárias e humanitárias, com consequências incalculáveis.
"A par dos esforços internos levados a cabo pelos actores políticos congoleses, devemos continuamente empreender esforços que visam identificar as melhores vias para a pacificação e estabilização deste país", sugeriu o ministro.
Lembrou que depois do acordo de 31 de Dezembro último, os congoleses, com a mediação da Igreja Católica, alcançaram um entendimento que permitiu a nomeação de um primeiro-ministro, a 7 de Abril, e formar um governo de transição até as próximas eleições.
Considerou também preocupante as acções armadas e de violência nas repúblicas Centro Africana e do Burundi, a instabilidade político-militar e o retrocesso do processo de reconciliação no Sudão do Sul.
Para o ministro da Defesa, o diálogo e o estabelecimento de estratégias devem continuar a ser os instrumentos promotores de soluções realistas e exequíveis, para os problemas que ainda afligem os países de região.
Pediu a valorização dos princípios da unidade de acção, da solidariedade, da sabedoria e do respeito pela soberania dos Estados.