Isaías Samakuva, que falava na cerimónia de cumprimentos de fim de ano, informou que ao longo deste ano assistiu-se ao aumento da dívida pública em 60 por cento, perda do poder de compra dos salários em mais de 50 por cento, tendo os níveis de atendimento nos sectores da saúde e da educação registado um decréscimo.
Isaías Samakuva disse ainda que no decurso deste ano registaram-se prisões arbitrárias, repressão à liberdade de imprensa e punição contra os que se recusam a alinhar com a agenda do partido no poder.
Na presença do vice-presidente do partido, secretário-geral, membros da direcção, corpo diplomático, representantes da sociedade civil e Igrejas, Samakuva lamentou o facto do Governo e o MPLA não terem sido capazes de estabelecer diferença entre o partido e o Estado, nem mesmo criar instituições democráticas.
“Esses e outros males registados ao longo de 2016 levaram o país à falência moral e financeira”, afirmou. Isaías Samakuva apelou à responsabilidade e unidade entre os angolanos, sobretudo durante o processo eleitoral, que em sua opinião vai permitir a escolha dos dirigentes do país.
O presidente do segundo maior partido político no país apelou ainda aos intelectuais, investigadores, trabalhadores, mães e líderes de opinião para um maior engajamento na segunda fase do processo de registo. Defendeu em 2017 eleições democráticas, com lisura e transparência.
Aos cidadãos pediu vigilância sobre os actos da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), no cumprimento escrupuloso da Lei. “É nosso dever e direito escrutinar os actos da administração eleitoral”, afirmou.
JA