Adão de Almeida respondia às preocupações apresentadas por partidos políticos da oposição sobre as dificuldades de credenciamento dos seus fiscais.
O governante angolano sublinhou que houve também o registo no primeiro dia de “uma ou outra situação”, que considerou normais para o arranque do processo, nomeadamente de interpretação, mas cujas correções estão a ser feitas.
Entre essas situações de má interpretação, enquadra-se o alerta da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição, sobre os operadores que, na província da Lunda Norte, estão a rejeitar quem apresente apenas o cartão de eleitor, sem o Bilhete de Identidade, para a atualização dos dados.
“Fomos detetando ao longo do primeiro dia, algumas situações que resultam de alguma incompreensão por parte de operadores. Nós temos estado a solicitar às pessoas que tragam para o registo o cartão de eleitor e também o Bilhete de Identidade, isso para facilitar os casos em que a pessoa fez o registo com prova testemunhal e que agora já tenha o Bilhete de Identidade, os dados já serão inseridos, para que eliminemos a prova testemunhal”, explicou.
Acrescentou que, caso a pessoa não tenha o Bilhete de Identidade faz apenas com o cartão de eleitor.
Sobre o uso de camisolas partidárias por parte de brigadistas, como reclamou, quinta-feira, a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), a segunda maior força política da oposição angolana, Adão de Almeida disse desconhecer casos do género.
O vice-presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, denunciou que brigadistas e pessoas que estão a trabalhar no processo estão a usar vestuário com símbolos do partido no poder, ou no caso em concreto, da JMPLA (estrutura juvenil do MPLA), como o registado no município de Sanza Pombo, província do Uíge.
“Não temos conhecimento que isso tenha acontecido, e não consigo responder, o que posso responder é que de acordo com a nossa organização há uma indumentária própria para os brigadistas, que é uma ‘t-shirt’ laranja, e todo o mundo deve observar esse princípio, isso é que está definido, não tenho conhecimento de que tenha acontecido isso nalgum local”, referiu Adão de Almeida.
O processo de Registo Eleitoral de Angola iniciou-se quinta-feira em todo o país, estando a primeira fase, até a primeira quinzena de outubro, reservada à prova de vida e atualização de dados dos cerca de nove milhões de eleitores já registados.
A segunda fase, que se iniciará na segunda quinzena de outubro até dezembro, visa o registo pela primeira vez, de uma estimativa de 1,5 milhões de pessoas em idade de votar e a atribuição de uma segunda via aos eleitores já registados em processo anteriores, que tiverem extraviado o cartão de eleitor.
LUSA