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Sábado, 23 Julho 2016 09:57

Líder parlamentar da UNITA acusado de prejudicar imagem de Angola em Portugal

O general angolano e dirigente do MPLA Bento dos Santos 'Kangamba' acusou hoje a UNITA de, através do líder da bancada parlamentar, Adalberto da Costa Júnior, prejudicar a imagem de Angola com entrevistas em Portugal.

O também sobrinho do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, falava aos jornalistas em Luanda sobre a entrevista do deputado da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) publicada pelo Diário de Notícias, em que afirma que em "eleições livres e transparentes", o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) "não iria além de 10% dos votos".

"Isto é uma chantagem de um deputado que quer ser bem-visto em Portugal. Esses discursos deviam ser feitos aqui em Angola e não em Portugal, manchando assim o nome do nosso país. A UNITA quer é iniciar confusão para quando perder [as eleições] dizer que houve fraude", criticou o general angolano.

Tido como principal responsável pela mobilização de militantes do MPLA em Luanda e membro da cúpula do poder no país, esta posição aparenta uma subida na crispação com o maior partido da oposição, a um ano das previstas eleições gerais em Angola.

Na entrevista ao diário português, comentada durante o dia de hoje em Luanda nos círculos políticos, o deputado da UNITA - que integrava a comitiva do partido que em maio se envolveu em confrontos mortais com militantes do MPLA em Benguela - afirma que "nunca como hoje o regime do MPLA esteve tão em baixa de popularidade e se mostrou tão incapaz de responder aos problemas da sociedade, e mesmo de ir ao encontro dos anseios da sua própria massa eleitoral".

"A UNITA é a UNITA. Nós conhecemos, a UNITA não está sozinha, nós estamos a acompanhar a movimentação. A UNITA é um produto muito tóxico, pode-se lavar com lixívia, com sabonete, que a nódoa não sai, é perigosa", atirou Bento dos Santos 'Kangamba'.

Angola é atualmente o maior produtor de petróleo de África, mas está mergulhado numa profunda crise financeira, devido à quebra pare metade, desde final de 2014, das receitas petrolíferas.

O dirigente do MPLA garante que é preciso "dialogar" com o maior partido da oposição, mas descarta que a UNITA venha a ser poder em Angola em breve: "Ninguém aqui foge de dizer que as coisas não estão bem. Mas, honestamente, a população de Angola não espera que a UNITA um dia melhore as condições, espera que haja algum sacrifico do Governo para melhorar as condições sociais", afirma, sempre recordando a destruição e mortos provocados por quase trinta anos de guerra civil.

"É claro que quando se entra em crise o partido no poder tem problemas, por falta de água, de energia, de alguma coisa. Mas o Governo tem estado a criar condições", insiste o general angolano.

O MPLA é liderado desde 1979 por José Eduardo dos Santos, igualmente chefe de Estado, que já anunciou o abandono da vida política ativa em 2018, quando as eleições gerais estão previstas para o próximo ano.

Contudo, é candidato à sua própria sucessão na liderança do MPLA no congresso do próximo mês, em Luanda, faltando definir quem será o candidato do partido às eleições gerais de 2017.

LUSA

 

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