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Sexta, 01 Julho 2016 11:58

BNA recebe 300 milhões USD/mês das petrolíferas, o que "é insuficiente" - PR

JES explica falta de divisas: BNA recebe 300 milhões USD/mês das petrolíferas, o que "é insuficiente"

O Presidente da República clarificou hoje, na abertura da IV reunião extraordinária do MPLA, o que quis dizer no Conselho de Ministros do Moxico quando afirmou que a Sonangol não entrega receitas ao Estado desde o início do ano. José Eduardo dos Santos reconheceu ainda que a ineficiência da banca tem agravado a crise de divisas.

Depois de sublinhar que o Governo tem feito todos os esforços para compensar a escassez de divisas decorrente da baixa do preço do petróleo, o Chefe de Estado esclareceu a polémica criada em torno das suas últimas declarações sobre as receitas da Sonangol.

"O Governo não está a receber receitas da Sonangol desde o princípio do ano, pois as receitas que são arrecadadas não chegam para pagar as dívidas contraídas pelo Estado e pela própria Sonangol", explicou o Presidente da República.

Prosseguindo na análise da situação económica, José Eduardo dos Santos reconheceu a incapacidade do sistema bancário nacional de ultrapassar a crise de divisas.

"O Banco Nacional de Angola tem feito a gestão das receitas em divisas que provêm da venda de divisas que as empresas petrolíferas estrangeiras efectuam para obter kwanzas. Este valor ronda em média os 300 milhões de dólares por mês, o que é manifestamente insuficiente para as necessidades dos bancos e para o Orçamento Geral do Estado", admitiu o Presidente.

"Por essa razão, o aumento das exportações de outros produtos, para não continuarmos a depender só do petróleo, é urgente e inadiável", reforçou o líder do MPLA, sublinhando que este é um esforço que deve ter suporte bancário.

"Quem exporta os seus produtos têm de ter o apoio de bancos comerciais eficientes com regulamentos claros. Infelizmente esse sistema ainda não existe, pois quem ganha o seu dinheiro licitamente em divisas não consegue dispor dos nossos bancos", criticou, lembrando que o BNA não é uma instituição dependente do Executivo.

O banco central é autónomo, "actua em coordenação com o Governo", reforçou Eduardo dos Santos, garantindo que o regulador já tem instruções para que a situação seja ultrapassada. "Já recomendamos várias vezes que se trate desta matéria com urgência para melhor proteger os interesses da República".

NJ

 

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