Entretanto, uma fonte conhecedora dos meandros do imbróglio que envolveu o governante confidenciou que tudo começou quando o “mais alto mandatário” da província de Benguela, respondendo ou comentando sobre as primeiras intervenções no seminário, decidiu tomar a palavra para debitar algumas ideias sobre o que tinha ouvido até então.
Segundo a fonte, a primeira pertinência de Isaac dos Anjos foi ter corrigido um quadro sénior do Ministério do Urbanismo que se referira à erva daninha que cresce nos terrenos baldios como capim, ao que o também engenheiro agrónomo, Isaac dos Anjos, rebateu precisando que, na linguagem técnica de que tinha domínio, o que foi tratado como capim ter de ser chamado, na verdade, de pasto o que terá merecido aplausos da plateia.
Adiante, o responsável verberou o facto de se achar a partilhar o mesmo espaço com autoridades tradicionais num tom marcadamente pejorativo, o que despoletou a reacção de alguns sobas que questionaram a sua presença ali, perguntando mesmo se podiam retirar-se do recinto. Numa tentativa de lançar água na fervura, o jurista Carlos Feijó ainda rebateu Dos Anjos deplorando a sua postura ao mesmo que pediu respeito pelos ministros presentes e, sobretudo, pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que tinha sido a entidade promotora do certame e pediu mais contenção e moderação nas intervenções.
Mas o frisson instalou-se quando Isaac dos Anjos pediu o microfone para tomar a palavra para treplicar e lhe foi negado, tendo então decidido abandonar o Palácio de Justiça.
A fonte deste jornal revelou que, cedo, o Presidente da República terá tomado conhecimento do episódio protagonizado por Isaac dos Anjos e, algo descomposto, mandou chamar os seus subordinados, tendo obrigado Isaac dos Anjos a apresentar desculpas públicas sobre o sucedido, o que veio a acontecer nos principais serviços noticiosos dos órgãos públicos de comunicação social.
A atitude de Isaac dos Anjos pairou na mente dos participantes no seminário até ao último dia do certame, quando o ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, no seu discurso de encerramento criticou o facto de os governadores provinciais submeterem os administradores a uma excessiva subordinação, o que terá suscitado vivas dos administradores municipais presentes que se terão sentido com a honra lavada.
O País