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Domingo, 07 Dezembro 2014 19:26

As razões de umas desculpas públicas

As escusas apresentadas pelo governador de Benguela, Isaac dos Anjos, que foram profusamente amplificadas pela imprensa pública não estiveram acompanhadas da versão que deu origem ao inesperado acto de Dos Anjos, durante o seminário sobre a gestão de terras.

Entretanto, uma fonte conhecedora dos meandros do imbróglio que envolveu o governante confidenciou que tudo começou quando o “mais alto mandatário” da província de Benguela, respondendo ou comentando sobre as primeiras intervenções no seminário, decidiu tomar a palavra para debitar algumas ideias sobre o que tinha ouvido até então.

Segundo a fonte, a primeira pertinência de Isaac dos Anjos foi ter corrigido um quadro sénior do Ministério do Urbanismo que se referira à erva daninha que cresce nos terrenos baldios como capim, ao que o também engenheiro agrónomo, Isaac dos Anjos, rebateu precisando que, na linguagem técnica de que tinha domínio, o que foi tratado como capim ter de ser chamado, na verdade, de pasto o que terá merecido aplausos da plateia.

Adiante, o responsável verberou o facto de se achar a partilhar o mesmo espaço com autoridades tradicionais num tom marcadamente pejorativo, o que despoletou a reacção de alguns sobas que questionaram a sua presença ali, perguntando mesmo se podiam retirar-se do recinto. Numa tentativa de lançar água na fervura, o jurista Carlos Feijó ainda rebateu Dos Anjos deplorando a sua postura ao mesmo que pediu respeito pelos ministros presentes e, sobretudo, pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que tinha sido a entidade promotora do certame e pediu mais contenção e moderação nas intervenções.

Mas o frisson instalou-se quando Isaac dos Anjos pediu o microfone para tomar a palavra para treplicar e lhe foi negado, tendo então decidido abandonar o Palácio de Justiça.

A fonte deste jornal revelou que, cedo, o Presidente da República terá tomado conhecimento do episódio protagonizado por Isaac dos Anjos e, algo descomposto, mandou chamar os seus subordinados, tendo obrigado Isaac dos Anjos a apresentar desculpas públicas sobre o sucedido, o que veio a acontecer nos principais serviços noticiosos dos órgãos públicos de comunicação social.

A atitude de Isaac dos Anjos pairou na mente dos participantes no seminário até ao último dia do certame, quando o ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, no seu discurso de encerramento criticou o facto de os governadores provinciais submeterem os administradores a uma excessiva subordinação, o que terá suscitado vivas dos administradores municipais presentes que se terão sentido com a honra lavada.

O País

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