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Terça, 02 Dezembro 2014 10:33

Roubar é um dever revolucionário

Em Angola, com o actual governo, parece não haver limites para o cometimento de ilícitos, quer patrimoniais como financeiros.

De proletários, que eram e se regozijam aquando da proclamação da independência, em 11 de Novembro de 1975, converteram-se em proprietários vorazes, superando todos capitalistas, no mundo, calcinados na economia de mercado.

Hoje para se ser rico e milionário, em Angola, basta ser bajulador e militante do MPLA ou com ele trabalhar e, também, filho do presidente da República ou seu familiar. Com este status, as portas e cofres dos bancos ficam escancaradas e as contas engordam em função da subserviência partidocrata, numa “sui generis” forma mágica de produzir milionários.

Todos quantos trilhem caminhos diferentes, usando engenharia, inteligência, honestidade, trabalho e suor, não são bem sucedidos e correm o risco de se transformarem em suspeitos, diante do sistema. Um sistema, desgraçadamente, para a maioria dos angolanos honestos, que premeia a incompetência e a ilicitude.

Vejamos. Um desfalque astronómico no governo provincial de Malanje foi premiado com o silêncio e omissão total das autoridades locais e centrais mesmo depois de denunciado.

Um relatório do Gabinete de Inspecção Local detectou e denunciou um esquema, ardilosamente, montado, nos últimos três (3) anos, que causou um desfalque de 400 milhões de Kwanzas.

O esquema consistia em enviar para a Direcção Provincial das Finanças, ordens de pagamento para duzentos e sessenta e três (263) funcionários fantasmas, todos pertencentes aos diferentes órgãos provinciais de Malanje. Como não havia um controlo efectivo o esquema passava, pelo gabinete do governador e delegação das Finanças, até que surge este relatório, fazendo a denúncia de haver um rombo equivalente, em moeda externa, a quatro (4) milhões de dólares.

O caricato é que depois desta denúncia os inspectores estão a ser alvo de ameaças de toda espécie, numa clara demonstração de nada valer ser honesto e defender este Estado, quando, afinal, o crime compensa.

Jornal Folha8

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