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Quarta, 04 Julho 2018 13:02

Presidente de Angola diz em Estrasburgo que questão das migrações "envergonha" África

O presidente de Angola afirmou esta quarta-feira em Estrasburgo que há matérias de "interesse comum" nas relações com a UE que importa discutir, destacando a dos fluxos migratórios, uma questão que admitiu ser motivo "de vergonha".

"As relações entre Angola e a União Europeia e o Parlamento Europeu são antigas, com algumas décadas já. Temos questões de interesse comum a discutir, nomeadamente questões que têm a ver com desenvolvimento económico e social dos nossos países, questões de segurança, de necessidade de combate ao terrorismo e, sobretudo, necessidade de controlarmos a imigração que se vem verificando nos últimos anos e que em nada nos honra, antes pelo contrário, nos envergonha", disse João Lourenço.

O chefe do Estado angolano, que falava em declarações conjuntas à imprensa com o presidente do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani, imediatamente antes de discursar no hemiciclo, acrescentou que, para abordar "todas essas questões", há naturalmente que "conversar", justificando desse modo a sua deslocação ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

Por seu turno, Tajani sublinhou que, para o Parlamento Europeu, África "é uma prioridade" e é uma aposta da eurocâmara "reforçar os laços entre a União Europeia e países africanos".
Apontando igualmente "o problema das migrações" e a luta contra o terrorismo como prioridades na agenda de interesses comuns, o presidente do Parlamento acrescentou que partilha com João Lourenço "a mesma visão, no sentido de um desenvolvimento das relações".

O presidente angolano, que em setembro de 2017 sucedeu a José Eduardo dos Santos, tornou-se esta quarta-feira o primeiro chefe do Estado de Angola a discursar no Parlamento Europeu.

Entre o final de maio e início de junho, João Lourenço efetuou visitas oficiais a França e Bélgica, tendo sido já recebido em Bruxelas pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

Desde que chegou ao poder, JLo, como é conhecido entre os angolanos, ganhou mesmo a alcunha de o "exonerador implacável" nas redes sociais, por causa de uma série de reformas e ruturas com o passado que tem vindo a operar em Angola.

João Lourenço, de 64 anos, almoça em seguida com Tajani e um grupo de eurodeputados, entre os quais o social-democrata português Paulo Rangel, em representação do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE).

No mesmo dia em que o líder angolano discursou em Estrasburgo, os independentistas de Cabinda, em nota enviada à Lusa, apelaram à intervenção do Parlamento Europeu para travar o que designam de "escalada de repressão" e "ocupação" por parte de Luanda.

"O Parlamento Europeu deve intervir urgentemente e de forma firme junto do governo de João Lourenço, para que ele ponha termo à escalada de repressão e que cesse a sua política de ocupação e de opressão, e inicie o processo de diálogo franco e sincero", afirma no comunicado o porta-voz da Frente de Libertação do Estado de Cabinda - Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC), Jean-Claude Nzita (filho de Nzita Tiago, falecido em 2016).

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