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Quinta, 19 Abril 2018 19:35

João Lourenço elogia maturidade da transição entre gerações em Cuba

O chefe de Estado angolano felicitou hoje o novo Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, elogiando a "grande maturidade" na transição entre gerações naquele país, cujo Governo é um histórico aliado do MPLA, partido no poder em Angola desde 1975.

Na mensagem, divulgada pela Casa Civil do Presidente da República, João Lourenço refere que esta escolha constitui um "acontecimento transcendente na vida política cubana", onde se processa com "grande maturidade e sabedoria a transição para uma nova geração de líderes".

"Os angolanos têm uma rica história de amizade, cooperação e solidariedade recíproca com Cuba, a qual se deseja que se mantenha e se fortaleça sob sua liderança", refere ainda a missiva do Presidente João Lourenço, enviada a Miguel Díaz-Canel.

Na mensagem, volta a ser assinalado o agradecimento ao "Comandante Fidel Castro", ao "Presidente Raul Castro e ao povo cubano no geral", por terem "apoiado de forma incondicional Angola e os angolanos no momento mais trágico da sua história, quando a sua própria soberania e independência estavam ameaçadas".

Durante a primeira fase da guerra civil em Angola, logo após a proclamação da independência, a 11 de novembro de 1975, milhares de militares cubanos combateram naquele país africano, apoiando as forças do MPLA, contra a guerrilha da UNITA, então apoiada, até ao início da década de 1990, pelas forças sul-africanas.

Ainda hoje, milhares de cubanos trabalham em Angola, como médicos, enfermeiros, professores e outros técnicos, ao abrigo dos acordos de cooperação entre os dois países aliados.

Miguel Mario Díaz-Canel, o número dois do executivo cubano desde 2013, tornou-se hoje o novo Presidente de Cuba, nasceu depois da revolução cubana e é o primeiro mandatário do país em seis décadas que não tem o apelido Castro.

Díaz-Canel, que comemora na sexta-feira os seus 58 anos, recebeu o testemunho entregue por Raúl Castro, que depois de doze anos no poder deixa a Presidência do país em cumprimento da limitação de mandatos para os altos cargos do regime que ele mesmo aprovou em 2013.

Nascido em Villa Clara (Santa Clara, Cuba), a 20 de abril de 1960 - um ano depois do triunfo da revolução liderada por Fidel Castro -, o novo Presidente cubano é um político forjado nas bases do Partido Comunista (PCC), que ascendeu progressivamente e discretamente nas estruturas ao poder até converter-se no número dois do regime.

Este engenheiro eletrónico, graduado em 1982, incorporou-se às forças armadas de Cuba até 1985 e, em abril daquele mesmo ano, tornou-se professor na Universidade Central de Las Villas. Foi neste centro que, dois anos mais tarde e sem abandonar a docência, começou a sua carreira na União de Jovens Comunistas (UJC).

De forma paralela, Díaz-Canel iniciou a sua carreira no Partido Comunista: em 1991 ingressou no Comité Central do Partido, em 1993 assumiu a direção da organização em Villa Clara, sendo posteriormente elevado a secretário provincial entre 1994 e 2003.

O ano de 2003 foi importante para a carreira de Díaz-Canel, pois passou a fazer parte do todo-poderoso bureau político do partido (posto que renovou nos congressos do PCC de 2011 e de 2016); foi eleito deputado da Assembleia Nacional pela circunscrição de Placetas (Villa Clara) e, neste mesmo ano, foi secretário provincial até 2009.

O seu salto para o Governo aconteceu em 2009, quando foi nomeado por Raúl Castro como ministro da Educação Superior.

Três anos mais tarde, a 22 de março de 2012, Raúl Castro nomeou-o para cargo mais alto, o de vice-Presidente do Conselho de Ministros, em substituição do veterano José Ramón Fernández, mais conhecido como "o Galego Fernández".

Mas, a ascensão determinante de Díaz Canel aconteceu depois das eleições de fevereiro de 2013, quando foi designado primeiro vice-Presidente do Conselho de Estado.

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