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Quinta, 15 Fevereiro 2018 23:56

João Lourenço não é nem nunca foi o herdeiro natural para presidir o MPLA

A inadequada eloquência verbal encontrada nos discursos musculados do vice-presidente do MPLA, são a prova comprovada de que o governante é parcialista e não compreendeu o cansaço que a imponência dos seus exaustivos discursos sem criatividade causa aos que o escutam. Por outro lado, denota-se nos discursos uma elevada doze de incredulidade que de certo modo inviabilizam o prometido combate a corrupção e a igualdade de oportunidades e na aplicação da justiça igual para todos, debalde.

Por Raúl Diniz in Mpla connection (II)

Essa questão obstaculiza a salutar convivência entre a elite governante e os governados expostos a todo tipo de sofrimento miserável e de pobreza descabida.
Governar o país não significa apenas exonerar inimigos e/ou adversários e de seguida nomear amigos próximos.

O que fará o PR auto-intitulado reformista para transformar a economia do país? Além de ter passado mais de 150 dias a defender o gangster corrupto Manuel Vicente, com quais instrumentos conta o PR para ajustar e fortalecer economicamente o país?

Pelos vistos, o presidente precisa urgente de um plano coeso para começar a executar as prometidas reformas económicas. Cabe a cada um dos presidentes o da república e do MPLA, o papel fundamental para retirar o país do estado de falência económica que se encontra. João Lourenço tem de aprender e rápido a governar para todos como prometeu fazer.

 Quanto ao presidente JES, cabe-lhe o papel fundamental de modernizar o MPLA, retira-lo da fossilização nauseabunda onde se encontra acostado. José Eduardo dos Santos é neste momento a pessoa certa para permanecer a frente do MPLA para afasta-lo do estigma de partido elitista e voltar a dar-lhe o cunho de partido de massas do passado.

Foi de uma estrema gravidade o PR permitir que o novo PGR Pitagróz ameaça-se e/ou tenta-se amordaçar a Maria Luísa Abrantes.

Se o presidente da república quer tanto perseguir gatunos e corruptos, então que comece dentro da cidade alta, por exemplo poderá começar por perseguir o director do seu gabinete, passar pelo seu secretário económico, pelo secretario dos assuntos produtivos e desaguar no ministro da casa de segurança. Aí sim daria sinais de verticalidade e amadurecimento político.

Todos cometemos erros, todos falhamos, sobretudo aqueles que como eu, deram inicio a construção da república popular de Angola. Então por quê essa peregrina perseguição contra os filhos da Maria Luísa Perdigão Abrantes? O que esses filhos da nossa Angola fizeram que os outros filhos da elite não fizeram?

Porque não amnistia os prisioneiros políticos e de consciência injustamente atirados para as masmorras da ditadura. Como por exemplo o cristão “KALUPETECA” cidadão humilde e pobre.

 A forma violenta como foram desarreigados dos seus negócios, nem mesmo os seus direitos empresariais foram respeitados. Tem razão a dra. Milucha Abrantes, e fez muito bem abrir a boca no momento certo para defender os seus filhos.

 Caso essa mulher valente não partisse para luta em defesa dos filhos quem o faria? 

João Lourenço e o seu PGR não têm o direito de ameaçar a mãe dos filhos de JES, se quiserem começar uma caça as bruxas comecem dentro do palácio não aqui fora. Não lutamos para que se repita o que aconteceu no passado recente, vamos com humildade trabalhar por uma verdadeira paz social em harmonia.

Tanto ódio para quê?

 Todos erramos e roubáramos o que é de todo povo, incluindo o próprio PR e o PGR. Querem agora criar bodes expiatórios para justificar o recurso a uma ambicionada purga só para o PR e sua entourage alcançar popularidade mixuruca? 

Afinal querem mudar o país para pior e coloca-lo em desordem social? Que razão está por baixo dessa tão dedicada caça as bruxas? Ameaçar e/ou tentar calar a cidadã a Milucha, foi no mínimo um perigoso exercício de estupidez delirante e um doloroso tiro mo pé do PGR e de quem lhe deu ordens. Vamos trabalhar e melhorar a vida do nosso sofrido povo.

Por essa e por outras é que o MPLA se enfraquece a cada vez mais, por outro lado, os injustiçados estão incondicionalmente ao lado dessa mulher valente. O governo de João Lourenço é de facto a extensão do anterior em todas as suas vertentes.

Quem quiser ser presidente do MPLA tem de ir a votos, os “LOURENCISTAS” querem a presidência do MPLA, a solução é JL irem a votos.

Não existe unanimidade nos partidos políticos, o MPLA não é excepção a regra.  Não existe unidade de pensamento no interior da militância do MPLA e muito menos no corpo expedicionário da oligarquia impositora do regime segregacionista. Por assim dizer, João Lourenço não é nem poderia ser a única escolha para dirigir o partido.

Nunca fiz política por encomenda, tão pouco meu comportamento obedece a qualquer espécie de seguidismo político cego e irresponsável. Porém, a minha posição desta vez é claríssima, enquanto militante do MPLA, estou ao lado da corrente que segue o ex-presidente da república e actual presidente do partido José Eduardo dos santos.

A razão é que os seguidores de João Lourenço nunca encararam positivamente o debate político como o caminho a seguir. Sempre se comportaram como ratazanas oportunistas, nunca abriram a boca para manifestar qualquer opinião contra as arbitrariedades impostas pelo regime.

Todos quantos desejarem concorrer a presidência do partido poderão fazê-lo em liberdade e em sã consciência.

Não me oponho a predisposição do novo inquilino da cidade alta desejar liderar o MPLA.  Essa vontade é legitima, só não deve ser tão levianamente exigível. Nem deverá pensar que é o herdeiro natural do trono só por ter sido colocado por JES e Kopelipa na presidência da república.

Pensar que é o candidato de toda a militância seria o mesmo que insinuar que somos todos dementes. Em primeiro lugar é que no MPLA cada cabeça é uma sentença, segundo lugar, não existe nenhum deficit de quadros com capacidade de comandar capazmente o MPLA e leva-lo a bom porto.

Sempre se mantiveram caladinhos e obedientes a mercê da vontade do ditador, agora aparecem como pavões alvoraçados em arautos defensores da democratização do país.

Jamais fui preparado como expert para discutir pessoas ou cargos, a minha praticabilidade sempre se baseou em discutir ideias e em apoiar projectos estruturais, sobretudo, discutir modelos de governação viáveis, que respeitem a com clareza a administração coerente da coisa publica. Isso significa dizer que é preciso que o povo participe em liberdade nas discussões económicas do país

Portanto, para mim JES não é mais o principal entrave da governação que o precisa para sair da clausura fúnebre em que se encontra, Não há mais nenhuma necessidade de se combater o presidente do MPLA nem se lhe pode assacar responsabilidades idênticas as que no passado recente provocou tamanho sofrimento ao povo.

Os que acreditaram que João Lourenço seria a promessa de renovação do sistema político-económico encontram-se expectantes.

Certamente perceberam o engodo em que se meteram e entenderam que não haverá alteração melhorada nenhuma na condução do xadrez político económico e social. Aqueles que sonhavam com uma nova Angola estão decepcionados pois o chefe do executivo decidiu defender os corruptos, coisa que não foi escrutinada nas eleições de Agosto.

 Por exemplo, a Angola profunda não esta representada no governo do presidente lobitanga. Com João Lourenço o país encolheu e ficou mais pequeno. O governo ficou desconfigurado descabidamente, e está sem tecnocratas de reconhecida craveira, também não possui nenhuma representatividade política fora do celeiro da corrupção.

Até o MPLA ficou mais pequenino com a presidência de João Lourenço. a As escolhas para formação do governo são da inteira e exclusiva responsabilidade do presidente da república. Porém, acredito que seria bem-vinda tentar utilizar outras alternativas com quadros experimentados da nossa praça político-económica, deste modo ajudariam a retirar o país da enrascada em que MPLA o colocou.

Infelizmente em Angola a democracia não é a regra, mas, a excepção.

O estado de direito não funciona onde não se respeitam as liberdades de expressão, de ir e vir e de manifestação publica. Hoje a integridade e a inteligência do cidadão em Angolano tem sido constantemente estuprada violentamente pelo poder carrancudo emanado do autoritarismo do regime, que insiste em não se renovar.

Isso demonstra que filosofia autoritária e a cultura totalitária continua a cultivar a intolerância, a mentira eloquente continua activa e actuante na divulgação da publicidade falsa, com o firme propósito de enganar o maior número de pessoas distraídas.

Não sou e nem nunca fui LOURENCIANO e não faço questão nenhuma em sê-lo, do mesmo modo que nunca fui JESSEANISTA.

Sou apenas um humilde cristão que é também militante do MPLA há 43 anos, disso não abro mão. Esse sentimento lúgubre que define a bajulação como o caminho mais rápido de ascender a um lugar ao sol sem qualquer esforço, não é mais bem-vindo. Essa é a formula errada de se chegar ao pólio e por isso tem de ser definitivamente banida.

Quando JES foi automaticamente conduzido ao cargo de em Presidente da república e do partido ao tempo do MPLA/Partido do Trabalho, pertence a era de partido único. Seria uma tremenda imprudência continuar a alimentar levianamente a militância com deslavadas incongruências, não se pode perpetuar o erro nem continuar a conduzir erradamente o partido.

Camaradas, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

Ninguém pode chegar a presidência do partido senão pela via eleitoral, e não vale mais a farsa de candidato único, o confucionismo elaborado tem de terminar no MPLA.

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