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Domingo, 24 Dezembro 2017 10:49

Saiba porque JES cumpriu apenas um mandato, dos dois que lhe eram garantidos pela constituição - Tchizé Dos Santos

A aprovação de uma nova Constituição é uma “refundação” da república.

JES tinha 2 mandatos a contar de 2012. Não concorreu em 2017 por decisão própria. Porquê?

Porque quis ser o actor principal a sua própria saída da Presidência da República e participante activo na consolidação da democracia e do estado democrático de direito, que é e será de facto o seu maior legado, para além da conquista e da manutenção da PAZ efectiva em Angola e em várias países da região, no qual cada vez mais devem ser as instituições a fortalecerem-se e não mais vivermos dependentes de “homens fortes”.

Foi uma transição, ou transformação que JES começou a implementar no final dos anos 80, cuja execução teve de ultrapassar o desafio dos anos de guerra que o país viveu, a par da democratização que JES insistiu em continuar a implementar, ao mesmo tempo que, os então guerrilheiros que insistiam em combater nas matas, nunca deixaram de ter os seus assentos à disposição no Parlamento...

Esta sim é a verdadeira transformação e transição de varias etapas, que está a ser tão profunda e suave que leva tanto tempo e o comum cidadão nem percebe. Mas é irrefutável.

JES é especialista em transformar silenciosamente a realidade, com muita diplomacia, muita conciliação, muita mestria e serenidade, com passos pequenos, mas concretos, de modo a consolidar as transformações, preservando sempre o ambiente social e acautelando o máximo para evitar o surgimento de tensão social.

O país transformou-se radicalmente e para sempre desde 1989 até 2017 e essa verdadeira revolução pacífica e silenciosa, que resultou em grande evolução, é indelével e irreversível. Faz parte de uma estratégia e de uma visão de país, do MPLA liderado por José Eduardo dos Santos. É a sua obra mais nobre e profunda, para além da paz.

JES tirou o país da economia centralizada, (em que só o Estado podia ter bens móveis, imóveis e de toda a ordem), para a economia de mercado, na qual está garantida a aquisição de propriedade privada (mesmo a possibilidade de um cidadão hoje poder fazer uma escritura da casa própria, que não existia no tempo do partido único) e a livre iniciativa, permitindo o surgimento de empreendedores e empresários privados por toda a parte, em todo o país, etc.

JES transportou-nos do monopartidarismo (partido único) e ideologia de extrem-esquerda socialista ao multipartidarismo (democracia) e a uma ideologia mais moderada de centro-esquerda, mais adequada à realidade actual do mundo em geral. Gizou a estratégia que nos tirou da guerra e nos trouxe aos tempos de paz, com o perdão, fazendo concessões aos adversários políticos e juntando antigos inimigos em conflito armado num só exército.

Unificou as Forças Armadas, criou as FAA. Reuniu famílias. Uniu os angolanos advogando sempre o perdão e fazendo sucessivas concessões em negociações, porque saber ceder e fazer concessões, por vezes em prejuízo dos seus interesses, é uma característica dos fortes e dos sábios.

José Eduardo dos Santos nunca fechou portas ao diálogo e nunca negou o perdão. Amnistou crimes, criando assim bases para um novo recomeço pacífico, saudável e irreversível.

Permitiu SIM a liberdade de expressão, inclusive aos jornais todas as semanas com calúnias e ofensas nas suas capas e estão abertos até hoje... os 15+2, entre outos, foram amnistiados durante o mandato de JES, para que uma vez mais hajam bases para um novo diálogo social mais aberto, mais amplo e inclusivo e a busca de um novo caminho comum, de união entre angolanos em torno de um objetivo comum: a preservação da Paz e estabilidade social, progresso e desenvolvimento econômico, cujas bases já foram lançadas, com maior destaque para o período entre 2002 e 2015 e mesmo até aos dias de hoje.

JES tirou a maioria dos angolanos do obscurantismo e analfabetismo (em 1975 haviam 44 licenciados em todo o território nacional, um dos quais era o próprio JES e mais de 90% da população eram analfabetos), e trouxe-nos a níveis de instrução muito mais elevados do que o esperado para o período de tempo que JES liderou Angola.

TODOS os licenciados no território de Angola desde 1975 até hoje, 2017, terminaram a sua formação superior sobre a presidência de José Eduardo dos Santos, pois o primeira outorga de diplomas de licenciatura pós independência aconteceu nos anos 80, tendo entre outros o actual Vice PR Bornito de Sousa, Pitra Neto, o Ministro Francisco Queiroz, a Professora Doutora Maria Luísa Abrantes, Professora Eliza Rangel, entre outros, sido os primeiros licenciados a terminar formação em Angola e são hoje alguns dos grandes mestres dos melhores professores de direito do país.

Há que suscitar um debate coerente com a estratégia de transformação da sociedade angolana, implementada por JES, que é muito mais do que o título redutor de “Arquitecto da Paz” que lhe é atribuído, “revolução” social pacífica e silenciosa esta que iniciou na altura da Perestroika (1989) e dura até hoje, sendo a fase actual a mudança de Presidente da República, mas que não terminou ainda por aqui, havendo outros passos ainda por implementar a ouros níveis.

Toda a transformação deve ser gizada e vivida com zelo, com mestria, com ponderação e coerência.

Cabe-nos a nós angolanos reflectirmos de forma responsável e consequente, qual o melhor caminho para Angola, tendo em conta de onde vimos, para onde queremos ir, o que pretendemos alcançar como nação e a que preço...e indagarmo-nos sobre o que estamos dispostos a sacrificar por estas conquistas e o que é fundamental preservar.

É fundamental preservar a paz e a estabilidade social.

É fundamental que não haja retrocesso ao nível das liberdades individuais e da cultura de diálogo e de inclusão política e inserção social dos adversários a que JES nos habituou, em nome da manutenção da estabilidade que todos tanto prezamos e estimamos.

JES não é simplesmente o “Arquiteto da Paz”. JES é o grande transformador de almas e pessoas. É o grande transformador da Pátria angolana.

Feliz Natal e Boa reflexão em família.

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