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Terça, 01 Janeiro 2019 21:04

Eduardo dos Santos: "um bom patriota"

Precisamente neste artigo, surge com particular virulência a articulação entre o homem político de Eduardo dos Santos e o destino da nação angolana entregue às suas mãos. O contributo de Eduardo dos Santos através do sua trajectória política tem sido analisado, pela generalidade dos intérpretes, quase exclusivamente a partir de estudos profundos sobre o que deixou de valor à política angolana no âmbito nacional e internacional.

Por João Henrique Hungulo

Não é nossa intenção analisar a querela em tomo do homem político de Eduardo dos Santos, quer ele tenha a sua origem num contexto doutrinário marxista - Leninista, socialista, ou até mesmo de uma qualquer configuração pós – colonial da democracia ocidental, após a segunda guerra mundial, nossa intenção evoca o vulto heróico encontrado no homem político de Eduardo dos Santos independentemente das circunstâncias que o caracterizam. Partimos da constatação de que se gerou um certo mal-estar entre os leitores modernos dos sinais políticos actuais provocado em grande parte pela convicção de que a sua política seja antidemocrática e talvez mesmo elitista.

 Não deixa de ser sintomático que, os grandes defensores de Eduardo dos Santos contra os seus críticos liberais acabem por reconhecer explicitamente na sua “Defesa pró – eduardista” que o ideal político do “Pai da Nação angolana” representa uma das configurações mais diferenciadas de «governo democrático» em África. Tornou-se moeda corrente separar o homem político de Eduardo dos Santos — origem de todo o curso histórico – político [na era pós – netista — 1979 - 2017] — e o homem social, de Eduardo dos Santos, o que há muitos elogios elevam – lhe o ente, como muitas críticas sobre seu consulado deprimem – lhe o ente, mas na verdade, ninguém é perfeito, até Jesus Cristo, o ser mais inocente que já habitou a terra recusou – se do atributo que o colocava nos lugares cimeiros da perfeição, de então, quem é o humano, que sendo humano não cometeu erros?

Aliás, não há um herói sequer no mando Santo, sem cometer erros, não não se fazem heróis. Talvez nos céus haja um lugar situado onde possamos achá – los, porque na terra o que temos de perto são os humanos, e os humanos falham como afirmou Anton Tchekhov “Errar é humano: mais humano ainda é — atribuir o erro aos outros.”

Aqui, neste artigo, quando tratamos de “bom patriota,” não queremos exprimir a natureza divina de um humano, porque não há homem algum DEUS, como disse Jesus Cristo: “Por que me chamas bom?

Ninguém é bom senão um, que é Deus”. Queremos exprimir a natureza do perdão de Eduardo dos Santos, do humanismo, do amor ao próximo, porque “bom”, nenhum ser humano é, senão apenas Deus, ainda mais patriotas e heróis que têm de cometer vários erros para libertar a pátria na qual lutam ou lutaram.

Todos os humanos cometem erros, como disse um escritor: “Não há inocentes”, desde logo, o termo “bom” não foi relevado na esfera axiológica, porque não há homem algum perfeito nos termos da índole, “bom” foi relevado na esfera da eficácia (a eficácia mede a relação entre o efeito da acção, e os objectivos pretendidos. A relação entre a eficácia e a eficiência é complexa, porque é uma relação indirecta. A eficácia é uma afirmação independente, enquanto a eficiência é uma condição, que nem sempre está atrelada à eficácia.

Ou seja, eficiência tem a ver com dinamismo e rapidez e eficácia tem a ver com durabilidade e qualidade) expressa no cumprimento dos programas traçados, desde o ponto de vista político, foi relevado no âmbito do alcance dos resultados face aos objectivos previamente estabelecidos, no âmbito da satisfação das metas de acordo com as expectativas do meio político em que Eduardo dos Santos se inseria, evocando os seus actos patrióticos à exprimir uma Angola em paz, com actos humanos e do perdão que visaram o poupar de vidas inimigas em frente de combate, na tolerância aos seus inimigos. Nesta esfera, situa – se o atributo da bondade encontrada no homem político de Eduardo dos Santos.

Não há homem algum que seja bom de índole, mas há muitos bons naquilo que fazem: neste último senso reside a virtude do “bem” de Eduardo dos Santos, expresso no alcance dos objectivos e metas previamente traçadas: “fim da guerra fria, a paz efectiva, a reconciliação nacional, o humanismo, a implementação da democracia, a reconstrução nacional e a transição pacífica.”

Bem – haja!

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