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Sábado, 21 Julho 2018 20:10

João Lourenço recebe Joseph Kabila nesta Segunda-feira em Benguela

Os Presidentes de Angola, João Lourenço, e Joseph Kabila, da República Democrática do Congo vão se reunir nesta segunda-feira, 23 de julho. O encontro entre os dois chefes de estado terá lugar em Lobito, cidade natal do presidente angolano, na província de Benguela.

Presidentes da República Democrática do Congo, Joseph Kabila quem solicito agendar está reunião com Presidente angolano, João Lourenço, os dois estadistas passarão em revista a situação prevalecente no país vizinho, que tem na agenda a realização de eleições gerais em Dezembro do ano em curso, o que tem causado alguma celeuma nos meios políticos e da sociedade congolesa que denunciam démarches no sentido de Kabila concorrer a um terceiro mandato, contrariando os pressupostos de acordos celebrados a respeito.

A situação política na RDC já tinha sido objecto de uma abordagem durante a visita que João Lourenço efectuou recentemente a França, tendo na ocasião referido sobre uma cimeira com outros estadistas africanos que, entretanto, realizou-se em Luanda sem a presença de Joseph Kabila por razões não aduzidas na altura.

As autoridades congolesas têm estado na mira de partidos políticos na Oposição, grupos de pressão como a Igreja Católica e organizações da sociedade civil, como dos estudantes universitários, que repudiam a hipotética candidatura de Kabila a um terceiro mandato nas próximas eleições, contrariando não só o “Acordo de São Silvestre”, como a própria Constituição. No plano internacional, o Chefe de Estado congolês também tem sido acicatado e, num exercício de última hora, Joseph Kabila desmarcou um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e com o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, para discutirem a situação da eleição presidencial no país vizinho.

O encontro com estas duas personalidades, entretanto, foi reagendado pelo Goverano congolês para depois do dia 8 de Agosto, prazo limite para a apresentação das candidaturas à eleição presidencial, o que levou ao aumento da desconfiança em relação a uma eventual candidatura de Joseph Kabila, que tem sido esquivo quanto à sua posição no quesito candidatura.

Naquela que seria a oportunidade soberana para clarificar o seu status em relação ao processo eleitoral presidencial, Joseph Kabila deixou, ainda mais, a sociedade refém do seu plano secreto que ainda não revelou publicamente perante as duas câmaras do Parlamento da RDC. Kabila afirmou, numa clara resposta aos pronunciamentos que repudiam a sua hipotética nova candidatura, que “O Congo nunca deu lições a alguém e não está pronto para recebê-las.

Sanções e ameaças não nos distrairão do caminho que escolhemos. Ide para as eleições”. Forças políticas e demais grupos de pressão se têm manifestado explicitamente contrários à gestão do silêncio e secretismo em relação ao assunto. A mais expressiva posição sobre o discurso proferido no Parlamento foi manifestado, de forma veemente, pelo deputado Claudel Lubaya, presidente da Aliança dos Movimentos do Kongo e da UDA Original.

O deputado Claudel Lubaya declarou que “Kabila escolheu sacrificar toda a nação pela sobrevivência pessoal”, acresentando que “Esta noite, contra a corrente da marcha da história, Joseph Kabila fez a escolha egocêntrica de sacrificar toda a nação pela sobrevivência pessoal. Ao violar assim o seu repetido juramento solene, ele acabou de quebrar, definitivamente, a ordem constitucional de Sun City e o acordo da véspera de Ano Novo”, disse. Em declarações reportadas pelo Actualité.cd, o político sublinhou que as pessoas não têm nada a ver com Joseph Kabila.

“O povo congolês não tem nada a esperar de uma pessoa que acredita ser um monarca eterno, que não se importa com o seu sofrimento e que permanece indiferente às suas aspirações. O seu desejo insaciável de permanecer no poder defendendo a si mesmo e aos seus próximos, desafiando as leis e os interesses da República, coloca-o, a partir de hoje, do outro lado da história. As pessoas devem tirar todas as consequências”, acrescentou. OPAIS/AO24

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