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Sexta, 04 Mai 2018 12:19

João Lourenço pede fronteiras com a Namíbia mais vigiadas para evitar roubos

O Presidente angolano, João Lourenço, alertou em Windhoek, capital da Namíbia, pediu um reforço na vigilância da fronteira entre os dois países, para evitar os conhecidos casos de roubos de gado e viaturas entre ambos os lados.

João Lourenço discursava na quinta-feira à noite, perante o Presidente da Namíbia, Hage Geingob, naquela que é a sua primeira visita oficial ao país vizinho, à qual chegou acompanhado por vários ministros angolanos e uma delegação de empresários.

"Devo realçar a necessidade de prestar cada vez maior atenção às questões relativas à segurança e proteção fronteiriça, para evitarmos ou mesmo impedirmos o roubo de gado, de viaturas e o contrabando de bens diversos, altamente lesivos aos interesses das nossas populações", alertou o Presidente angolano.

No sul do país, Angola partilha uma fronteira de quase 1.400 quilómetros com a Namíbia. Na província angolana do Cunene, funciona o posto fronteiriço de Santa Clara, considerado o de maior movimento, em termos terrestres, do país.

"Esta visita tem para nós um simbolismo extraordinário, por tudo quanto representa como ponto de partida para uma nova era nas relações bilaterais entre Angola e a Namíbia", exortou João Lourenço.

No arranque da visita de três dias do chefe de Estado angolano, os governos dos dois países assumiram esta quinta-feira, na capital namibiana, o compromisso de erguer em breve dois monumentos, nas localidades de Cassinga (Huíla) e Chetequera (Cunene), para homenagear as vítimas do massacre de Cassinga, que hoje se assinala, levado a cabo pelo exército sul-africano contra um campo de refugiados namibianos no sul de Angola.

O ataque de Cassinga, que teve início a 04 de maio de 1978, é considerada a segunda grande operação militar do então exército da África do Sul em Angola, tendo vitimado centenas de cidadãos namibianos e angolanos. Cassinga era uma zona por onde passavam os refugiados como aqueles que escapavam do regime do apartheid vigente no Sudoeste Africano (atual Namíbia).

No discurso no jantar de quinta-feira, o chefe de Estado angolano manifestou ainda a vontade de, ao nível dos chefes de Governo, "para além das visitas de Estado, mantenhamos com maior frequência e regularidade curtas visitas de trabalho para consultas" entre as duas partes, sobre assuntos da relação bilateral, mas também da situação política na região.

Acrescentou que é tempo de "imprimir maior dinamismo" às relações entre os dois países, mas sobretudo "dar-lhes substância", porque continuam "muito aquém do enorme potencial de cooperação existente entre Angola e a Namíbia".

"Por isso, penso que deveremos tirar partido de um conjunto de fatores que poderão simplificar o processo de intensificação das nossas relações e, neste capítulo, gostaria de referir as facilidades de comunicação entre nós, pois uma parte significativa dos dirigentes e responsáveis namibianos conhecem bem Angola, o que naturalmente abre caminho para perspetivarmos um vasto universo de ações de intercâmbio entre Angola e a Namíbia", admitiu.

A prioridade, disse, passa por "dinamizar e impulsionar" projetos comuns nos domínios do Ambiente, da Indústria, das Pescas e Aquicultura, dos Transportes, da Agricultura, da Energia e Águas, dos Recursos Minerais e Petróleos, entre outros. Mas também "dar lugar à intervenção do setor privado" nas áreas do turismo, do agronegócio ou dos transportes.

"Com o apoio institucional dos nossos Governos, é chegada a hora do setor empresarial privado tomar as rédeas da cooperação entre os nossos dois países e, desta forma, contribuírem para o mais rápido desenvolvimento económico e social dos nossos países", disse ainda.

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