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Terça, 01 Mai 2018 15:43

Afinal andar descalço faz ou não faz mal à saúde?

O organismo humano é comparado por alguns estudiosos com um perfeito mecanismo de relojoaria. Se bem que, isto não é errado, tem que levar em conta que aquilo que faz funcionar um relógio com exactidão e regularidade, existe desde sempre na natureza.

Por João Henrique Rodilson

O homem tem - se aproximado do conhecimento dessa realidade e a tem reproduzido a seu modo. Mas, o destacável de tudo isto, é que a aplicação do invento do relógio é possível graças a que foi desenvolvido com ideias ordenadas e engrenagens ordenados. Do mesmo modo, a podologia (a parte de medicina que cuida da saúde dos pés) procede actuando conforme a cartografia dos diferentes órgãos e sistemas reflectidos nos pés, mediante técnicas de abordagem que respeitam a ordem natural do funcionamento do corpo, propiciando assim a tendência à homeostases. Através de seus procedimentos não invasivos e invasivos, obtém um dos benefícios mais notórios: a possibilidade de induzir a saúde aos pés, desenvolvendo um organizado e intenso trabalho para obtenção do bem-estar dos pés.

De então, no que tange aos fundamentos clínicos podológicos, andar descalço faz ou não faz mal à saúde dos pés?

O fenómeno andar descalço em si, não causa nenhum prejuízo à saúde humana, porém, o chão em que se coloca o pé, pode constituir – se num verdadeiro vilão à saúde dos pés a medida que imputa ao pé uma série de riscos para saúde, és a razão mediante a qual, deu – se lugar ao surgimento do sapato ainda na era mais antánea à actual cujo fim visava proteger os pés dos riscos resultantes da natureza em que o homem se insere.  

Sapato é a peça do vestuário que tem a finalidade de proteger os pés. Nos países frios, o mocassim e as botas servem como protectores e aquecedores para os pés, ao passo que, nos países mais quentes, usa-se mais a sandália e o chinelo, protegendo o pé, mas sem o abafar.

Muitos atribuem aos egípcios a arte de fabricar sapatos, porém, existem evidências de que os sapatos foram inventados muito antes, no final do Período Paleolítico

Existem evidências que a história do sapato começa a partir de 10 mil a.C., ou seja, no final do Paleolítico, pois pinturas desta época, em cavernas na Espanha e no sul da França, fazem referência ao calçado.

Seria saudável andar descalço nas ruas se as ruas fossem um lugar limpo, ou se este fenómeno fosse feito em casa ou em lugar limpo que permita a protecção dos pés contra microorganismos patogénicos como vírus, fungos, parasitas, bactérias, porém, na nossa realidade angolana, isso toma o peso da evidência contrária, porque é no chão onde reside a maior imundície que enferma a saúde dos pés.

 No chão limpo de casa ou de outro lugar limpo, previamente avaliado e confirmado ser limpo, sim, não há mal algum em andar descalço, até pelo contrário, causa fortes benefícios à saúde dos pés, mas dizer que deve – se sair às ruas de Luanda ou outro lugar do País descalço? E que o sapato é um vilão à saúde? É de facto, um acto que lesa à verdade, sustentando erros trágicos sobre o mundo.

Andar descalço pelas ruas de Luanda, ou de qualquer cidade angolana, é um risco à saúde, no chão encontramos cacos de garrafa, pregos, restos de metais cortantes como chapa, ferros, tijolos, esses objectos perfurocortante ou objectos contundentes são susceptíveis de baterem contra os dedos dos pés, podem causar traumas físicos enormes, com perda tecidual, perda do leito ungueal, destruição da integridade tecidual da planta do pé, por objectos sólidos perfurantes como pau, arames esfarrapado, e variadíssimos objectos perigosos à saúde dos pés, ainda assim, andar descalço na realidade angolana é perigoso, porque ao andar descalço, corre – se o risco de contrair doenças como: tinha pedis, tunga penetras ou bicho geográfico (bitacanha), vermicoses e tantas outras doenças do pé.

É muito mais perigosos andar descalço em doentes diabéticos, e os encargos económicos associados às complicações do pé descalço, em lugares com alto risco para o trauma do pé em doentes diabéticos, leva às amputações enormes. Além dos custos directos como as despesas com internação secundárias à traumas, tratamento e cirurgia, existem os custos indirectos como auxílio doença e aposentadoria por invalidez. Além do exposto, cumpre destacar o comprometimento com o aspecto emocional do paciente no que tange o uso do calçado adequado aos pés, de então, andar descalço, não só é um vilão como pode ser um veneno para o paciente diabético, que devem ser aconselhados ao uso de sapatos propícios para confortar os pés e impedir enfermidades de natureza traumática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SCHEMES, Claudia. Pedro Adams Filho: empreendedorismo, indústria calçadista e emancipação de Novo Hamburgo. Tese. PUCRS. Porto Alegre, 2006

Way LW, Doherty GM. Cirurgia: Diagnóstico e Tratamento. 11ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Guanabara – Koogan, 2004.

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