Por Janísio C. Salomão / Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
O mês de Abril constitui um marco memorável em Angola e, sobretudo na Economia Angolana, pois é o início de uma longa trajectória em que se verificaram momentos áureos e difíceis para o País.
Indubitavelmente a Paz permitiu a reconstrução do País, circulação de pessoas e bens, construção de infraestruturas como: escolas, hospitais e estradas, mas parte considerável desta infraestrutura foi construída com qualidade precária, para tal, basta olharmos para o estado de conservação que elas se encontram volvidos 16 anos.
A ausência de manutenções constitui também um factor indutor no estado avançado de degradação das infraestruturas edificadas depois de alcançada a Paz.
CRISE
Desde 2014 que Angola vive uma crise profunda, apregoa –se que a génese da mesma seja a queda do preço do barril do petróleo, a principal commodity que compõe a Balança Comercial Angolana, representando mais de 90% das exportações Angolanas e mais de 60% das receitas fiscais, embora saibamos nós que está situação, não é a principal causa da crise que o País vive, existe para da aludida, outros problemas que enfermam a economia Angola, como é o caso da “CORRUPÇÃO”, e o Presidente da República João Lourenço, foi peremptório em suas abordagens, ao reconhecer que a “corrupção constitui um dos principais males que enfermam a economia Angolana”.
A “CRISE” afectou o crescimento da Economia Angola, apontado por muitos como “ilusório”, uma vez que, esteve sempre ancorado no preço do petróleo, desde 2014 que o crescimento da economia não conseguiu superar a taxa dos 2,8%, sendo que em 2017 verificou –se um crescimento quase nulo, enquanto a taxa de crescimento da população esteve acima dos 3%. O recomendável é que o crescimento da economia seja sustentável do ponto de vista de prover bens e serviços necessários para a população.
DIVERSIFICAÇÃO
Se fossemos a contabilizar quantas vezes a palavra “DIVERSIFICAÇÃO” foi pronunciada não conseguiríamos contabilizar. Falamos tanto, criamos tanto, programas e planos, mas o facto é de que, volvidos 16 anos nada foi efectivamente feito para garantir a diversificação da economia Angolana.
A Economia Angolana continua num estágio de mono-produção e mono-exportação. Para tal basta olharmos para os valores atribuídos para os sectores considerados a pedra angular da diversificação, como é o caso da Agricultura e Indústria, que desde 2014 os recursos alocados não atingem a fasquia dos 2% e 3% do PIB respectivamente.
Já dizia o saudoso Dr. Agostinho Neto, “A agricultura é a base e a indústria o factor decisivo” infelizmente, pouco fazemos e continuamos a fazer para que a diversificação da economia seja um facto.
Com a queda livre em que se encontram as Reservas Internacionais Líquidas (RIL), que passaram de 34 mil milhões de dólares para 12 mil milhões de dólares de 2014 a 2018 aproximadamente, a “consolidação da diversificação tornou –se uma miragem em Angola”, pois não conseguimos divisas suficientes para importar as máquinas e equipamentos, e peças sobressalentes que o país necessita.
Sem Agricultura e sem a consolidação da Indústria Economia Angolana torna –se vulnerável e cada vez mais dependente do exterior.
Parece mesmo que, volvidos 16 anos de “PAZ”, a “CRISE” veio adiar o sonho da “DIVERSIFICAÇÃO” da Economia Angola sine die.