Denúncia diz que material comprado estava em estoque destinado a exportação para Angola.
"A informação é que a polícia do Rio teria usado bombas com o dobro de gás permitido em território nacional. Em vez de 10%, o artefato destinado à África teria 20% de gás lacrimogêneo. Essa quantidade é permitida na Angola, mas aqui não", disse o procurador responsável pelo caso.
Hoje o mesmo Gás lacrimogêneo comprado no Brasil com efeito redobrado foi utilizado pela policia Angolana para dispersar centenas de partidários da oposição que protestavam na capital neste sábado (23) contra o desaparecimento e possível assassinato de dois ativistas contrários ao governo.
O partido MPLA, que está no poder, acusou nesta semana o principal grupo opositor, a Unita, de promover "caos e anarquia" pelos planos de realizar protestos em todo o país, segundo maior produtor de petróleo da África.
Promotores da manifestação afirmaram na semana passada que Isaias Cassule e Antonio Alves Camulingui, que organizaram protestos de ex-guardas presidenciais para exigir o pagamento de salários atrasados, foram sequestrados e possivelmente assassinados em maio de 2012.
Na capital, manifestantes foram recebidos por policiais fortemente armados, alguns a cavalo, que investiram contra a multidão quando jovens começaram a atirar pedras sobre eles.
A Unita acusa há muito tempo o presidente José Eduardo dos Santos de ignorar os direitos humanos e utilizar violência excessiva para reprimir os opositores durante seus 34 anos de governo.
O MPLA disse que Dos Santos ordenou uma investigação sobre os desaparecimentos e que os responsáveis serão punidos.
Luis Carlos