O Presidente de Angola, João Lourenço, queixou-se hoje da ausência de uma "verdadeira passagem de pasta" por parte do seu antecessor, José Eduardo Santos.
O ministro da Comunicação Social de Angola disse hoje à agência Lusa que a visita que o Presidente angolano, João Lourenço, efetua de 22 a 24 deste mês a Portugal significa a "normalização completa" das relações bilaterais.
Cerca de 200 doentes angolanos estão em Portugal para receber tratamento médico que não está disponível em Angola, mas queixam-se das faltas de condições nas pensões em que estão alojados, a cargo do Estado angolano.
"Mimoso” era o nome pelo qual era conhecido durante a infância no Lobito, onde nasceu há 64 anos. Desta cidade portuária vai para o interior de Angola para onde o pai foi desterrado pela PIDE. É na antiga cidade de Silva Porto, prestes a concluir o Curso Geral de Mecânica, na Escola Industrial, que sabe da existência do golpe ocorrido a 25 de abril de 1974. A queda em Portugal do regime colonial leva-o a alistar-se nas FAPLA — antigas forças armadas do MPLA —, onde faz carreira como comissário político até ascender, em 1998, ao cargo de secretário-geral do partido. Depois de uma longa travessia do deserto, foi eleito há um ano Presidente de Angola e inicia uma vaga de reformas que, após 38 anos de governação, põem em causa o poder do clã de José Eduardo dos Santos. Em vésperas de realizar a primeira visita oficial a Portugal, em entrevista exclusiva ao Expresso, João Lourenço diagnostica o pesado fardo herdado do antecessor, aponta os caminhos a trilhar para ultrapassar a crise que assola Angola, e traça novos desafios para o aumento da cooperação entre os dois países.
Os parceiros internacionais de Angola rejeitam "um sistema financeiro em que tudo possa acontecer, em que os gestores tratam dos seus próprios negócios e os bancos são dominados por pessoas politicamente expostas [PEP]", alerta o governador do BNA em entrevista à Rádio Nacional de Angola.